
Coronel José Alberto Nugueira passou à reserva em 2021
Foto: D.R.
Um antigo comandante do Aeródromo de Manobra N.º 1, em Maceda, Ovar (atual Base Aérea n.º 8), e seis militares de diversas patentes com vínculo à Força Aérea, suspeitos de beneficiarem de verbas da base, causando um prejuízo de cerca de 200 mil euros ao Estado, vão ser julgados, apesar de algumas acusações terem caído.
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Os arguidos são suspeitos de crimes de recebimento indevido de vantagem, abuso de poder, peculato, entre outros, por factos que aconteceram entre outubro de 2018 e abril de 2021, altura em que o coronel José Alberto Nogueira, atualmente na reserva, assumiu funções de comandante do aeródromo.
Durante esse período, terá autorizado ajustamentos a inventários de géneros alimentares da messe, num desvio de cerca de 120 mil euros. Também terá recebido em casa refeições para si e para a família, assim como artigos diferenciados não consumidos na messe, concretamente vinhos, bebidas espirituosas, chocolates, queijos, etc.. Em causa estão ainda, entre outras coisas, a reparação de viaturas pessoais nas oficinas do aeródromo, limpeza do jardim e pintura da sua residência particular a expensas do aeródromo.
Entre as acusações que caíram, por não estarem suficientemente indiciadas, conta-se o benefício ilícito devido à aquisição de um trem de cozinha, cortinas e dois colchões, assim como pagamento de despesas de água, energia e outras, na casa de função, por este ser um espaço destinado a alojar diversas pessoas ligada à base. Outra suspeita não validada foi a transferência de uma passadeira elétrica e máquina de remo do ginásio para a casa de função, pois considerou-se que não eram para uso exclusivo do então comandante.
A mulher do ex-comandante, acusada no mesmo processo pelo crime de usurpação de funções, não terá de ir a tribunal. Na leitura da decisão instrutória do processo, esta sexta-feira, no Tribunal de Aveiro, a juíza adiantou que a mulher não terá “enganado” as pessoas na base, que sabiam que não era funcionária.
