A PSP está a investigar as agressões contra dois jovens, praticadas por dois ou três seguranças da discoteca Urban Beach, em Lisboa.
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A Polícia terá já identificado dois dos suspeitos, enquanto o Ministério Público abriu um inquérito-crime sobre o caso. Um dos seguranças foi filmado a saltar sobre a vítima.
As agressões aconteceram quarta-feira, durante a Noite das Bruxas, no espaço público junto à discoteca e ao Tejo, já de madrugada. As imagens foram gravadas a partir de telemóveis e publicadas nas redes sociais.
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Em declarações à SIC, um dos jovens alvo da agressão, Magnusson Brandão Gomes, contou que estava num grupo com mais três amigos. "Do nada apareceram os seguranças e vieram ter connosco. Perguntaram o que estávamos ali a fazer. Dissemos: 'estamos a passear'. Viemos cá mas ainda estamos a decidir se vamos entrar ou não - porque uns tinham dinheiro para pagar a entrada e outros não. Eles perguntaram se viemos curtir ou roubar. Nós respondemos que não. Eles disseram: 'vocês vieram foi para roubar"".
Magnusson acrescenta que dois amigos conseguiram fugir e alertar os agentes da PSP que estavam nas imediações. "A PSP foi atrás deles para os identificar, mas mesmo assim não deixaram a PSP entrar. E a PSP viu que eu já não estava bem. Apaguei de novo e só voltei a acordar dentro da ambulância. E estava lá o meu colega do lado, que também tinha sofrido agressão", concluiu Magnusson.
Discoteca pede desculpa
O vídeo chegou à Divisão de Investigação Criminal da PSP de Lisboa, que está a investigar o caso, e, ao fim da tarde de quinta-feira, com recurso à análise das imagens e recolha de informação junto do proprietário do estabelecimento, conseguiu identificar os dois seguranças.
Em declarações à RTP, o administrador do Grupo K, do qual faz parte o Urban Beach, Paulo Dâmaso, pediu desculpas à vítima e garantiu que as agressões ocorreram fora do espaço da discoteca, numa altura em que a mesma já estava fechada.
Dâmaso acrescentou que os seguranças já foram afastados e que faziam parte de uma empresa prestadora de serviços de segurança. Manifestou-se ainda disponível para colaborar com as autoridades.
"Os factos tiveram lugar no exterior do Urban Beach, não sendo os agredidos clientes do Urban Beach, nem lá estiveram nessa noite, pelo que se trata de um crime privado na via pública", sublinha o texto.
O Urban Beach reitera que os referidos seguranças são funcionários de uma empresa, "única entidade responsável pelos mesmos", tendo já exigido "que tais seguranças fossem imediatamente suspensos e que aos mesmos fosse instaurado processo disciplinar, proibindo os mesmos de entrarem no estabelecimento de diversão noturna".