Dois pacotes, contendo mais de um quilo de haxixe, foram apreendidos à entrada da cadeia de Vale de Judeus, situada na Azambuja. A droga estava escondida junto aos caixotes do lixo usados por aquele estabelecimento prisional para, depois, ser recolhida por reclusos e levada para o interior da prisão.
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O primeiro pacote de droga, com cerca de 250 gramas de haxixe, foi detetado, durante uma ação de vigilância, por um guarda prisional na quinta-feira desta semana. Estava oculto entre os caixotes do lixo colocados à entrada da cadeia de Vale de Judeus. Estes recipientes são utilizados para depositar o lixo do estabelecimento prisional que, posteriormente, é recolhido por uma empresa especializada.
O segundo embrulho, com 800 gramas de droga, ia ser posto no mesmo local, no dia seguinte. Contudo, antes que conseguisse disfarçá-lo entre os caixotes do lixo, o homem que o transportava foi interpelado por um guarda prisional e fugiu em direção a um carro que o aguardava nas imediações. Antes de chegar à viatura, que o levou do local sem que fosse identificado, o indivíduo atirou a droga para uma zona de mato, mas esta seria recuperada pouco depois.
Novo método implementado
Os guardas prisionais suspeitam que está implementado um novo método para introduzir droga na cadeia de Vale de Judeus. Este esquema faz com que traficantes em liberdade escondam os pacotes junto aos recipientes existentes à entrada da cadeia para que, em seguida, os reclusos encarregues de despejar o lixo os recolham.
A droga é, em seguida, transportada para o interior da cadeia e entregue ao preso que lidera a rede de tráfico.
Para o dirigente do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional (SNCGP), Frederico Morais, só a atenção dos guardas prisionais impediu a droga de ser traficada atrás das grades. "É o profissionalismo evidenciado pelos guardas prisionais que impede que muita droga entre nas prisões", defende.
Na semana anterior, e tal como o JN avançou, foram também os guardas prisionais que apreenderam um embrulho, com 200 gramas de haxixe e 45 de heroína, arremessado para uma zona onde é cultivada uma horta da cadeia de Custóias, em Matosinhos.
Nessa ocasião, o presidente do SNCGP, Carlos Sousa, afirmou que as sucessivas tentativas de introduzir cocaína, heroína, haxixe ou canábis nas prisões através de embrulhos "é sinal que a entrada de droga pelas portarias das cadeias está mais difícil devido à ação fiscalizadora dos guardas".