Um dispositivo policial nunca visto em manifestações, mas apenas utilizado em jogos de futebol de alto risco começou a instalar-se, em Guimarães, este sábado logo após o almoço, para enquadrar as manifestações do Grupo nacionalista “1143” e de ativistas de esquerda.
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O Corpo de Intervenção colocou homens, barreiras e viaturas a bloquear a passagem entre o largo do Toural e a alameda de São Dâmaso, para impedir os elementos do grupo “1143” de entrarem em contacto com os contra manifestantes do coletivo “Guimarães pela Liberdade”.
A chuva desmobilizou os antifascistas mais cedo e fez com que elementos de extrema direita, vindos de Lisboa e do Porto em autocarros, chegassem mais tarde ao Toural, evitando que os dois grupos se cruzassem.
O ajuntamento do “1143”, no Toural, estava marcado para as 18 horas, mas eram já 19 horas quando o grosso da coluna, constituída por entre 250 a 300 manifestantes, entrou no largo. Tinham à espera cerca de meia centena de simpatizantes locais e um forte contingente do Corpo de Intervenção.
Na alameda de São Dâmaso, a apenas algumas dezenas de metros, o coletivo “Guimarães pela Liberdade”, reuniu, a partir das 15.30 algumas dezenas de contra manifestantes. Apesar do toldo que alguns ativistas improvisaram para abrigarem-se, o mau tempo contribuiu para a desmobilização. Luís Lisboa, coordenador do coletivo, reconheceu que a chuva afetou a participação.
“Não passarão”, ouvia-se sempre que, ao longe, passavam simpatizantes do 1143, reconhecíveis pelas bandeiras de Portugal. O objetivo dos ativistas era manter o arraial até às 20 horas, mas quando os ultranacionalistas iam a caminho da estátua de D. Afonso Henriques, já poucas pessoas estavam na manif de esquerda.
Entre os ultranacionalistas, havia muitos de cara tapada e o ambiente era de claque de futebol, com very-lights, cachecóis da Seleção e muitos casacos do Vitória Sport Clube. Cantou-se “Portugal é nosso e há de ser”, “sou português, sou 1143” e, por um momento, gritou-se, “Salazar, Salazar”.