Tribunal de Braga julga um motorista por tráfico. Outros quatro suspeitos fugiram para o Brasil, diz polícia
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Um motorista de TVDE de Setúbal apanhado com 232 quilos de cocaína em Celeirós, no concelho de Braga, negou no Tribunal de Braga que o estupefaciente lhe pertencesse. A Polícia Judiciária suspeita que aquele atuou com quatro outros homens, de nacionalidade brasileira, e que a droga pertenceria a um cartel sul-americano que a trazia para Portugal ou Espanha.
No início do julgamento no Tribunal de Braga, este mês, o arguido, Lúcio Barreto, disse que veio a esta cidade a pedido de um amigo, num Renault Clio, para levar os pertences do mesmo num caso de separação familiar. Contou ainda que o amigo, que conseguiu fugir quando a GNR se aproximou, lhe pediu o carro para ir buscar as roupas e terá carregado os sacos com a droga sem ele saber. Chorou diante dos juízes.
4,5 milhões de euros
O tribunal também ouviu um inspetor da PJ de Braga, o qual disse que detetou num dos telemóveis do arguido que este operaria com os outros quatro indivíduos, já identificados, mas que regressaram ao Brasil. Diz que o Lúcio Barreto seguia, numa aplicação no telefone, um cargueiro que vinha da América do Sul, provavelmente com droga. E que pode ter sido desembarcada no Alentejo, o que está ainda sob investigação da PJ.
Em Braga, os 232 quilos de cocaína terá sido carregada numa loja no Mercado Abastecedor (MARN).
A acusação diz que, no dia 7 de setembro de 2024, uma patrulha da GNR obrigou o Renault Clio a parar, tendo o condutor fugido a pé, enquanto o arguido foi detido.
Os militares da Guarda verificaram, então, que, no automóvel, na bagageira e nos bancos traseiros, estavam nove caixas de cartão, que continham 235 pacotes de cocaína (cloridrato) com 232,8 quilogramas. A droga tinha um grau de pureza de 76,8 % e era suficiente para 894 mil doses individuais. Valeria 4,5 milhões de euros.
Já o carro é propriedade da firma Lúcio Barreto Unipessoal, Lda., que também é arguida e que as autoridades julgam terá sido criada como “fachada” para mascarar a atividade de tráfico. O mesmo sucederia com a profissão de motorista de TVDE de Lúcio Barreto.
O arguido, que está em prisão preventiva, e a firma respondem por tráfico de estupefacientes agravado.