Arguido diz que foi vítima no processo de agressões a jovem junto a discoteca de Fafe
Dieisson Oliveira, que se ausentou do país no dia a seguir aos factos, diz que desconhecia que era acusado.
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Arrancou esta quinta-feira no Tribunal Criminal de Guimarães o julgamento do acusado das agressões a um jovem que ficou em coma, à porta de uma discoteca, em maio de 2022, em Fafe.
O arguido, Dieisson Oliveira, tinha fugido para a Holanda e, portanto, não foi julgado juntamente com os outros acusados, Igor Sales e Weverton Lopes, recentemente condenados a penas de sete anos e seis meses e de oito anos e sete meses, respetivamente.
Há ainda dois acusados - Davi Oliveira e Jayna Pacheco - a monte, acreditando-se que possam estar no Brasil, de onde são naturais todos os arguidos. Dieisson Oliveira negou hoje que tenha tido intervenção nas agressões, defendendo, aliás, que foi agredido.
O homem foi acusado pelo Ministério Público de um crime de homicídio qualificado, na forma tentada, na pessoa de Rui Mendes, e de dois crimes de ofensa à integridade física, na forma consumada, por agressões a Hugo Fernandes e Bárbara Gomes. De acordo com a acusação, a altercação começou quando Igor Sales (já condenado) se dirigiu a uma mulher, com quem já tinha tido um relacionamento e que estava com Rui Mendes e outros dois amigos, na discoteca.
A desordem entre o grupo dos acusados e esta mulher levou a que fossem expulsos pelos seguranças. As agressões acabaram por acontecer no exterior da discoteca, onde o grupo de Igor Sales, em que se encontrava Dieisson Oliveira, esperou pela saída de Rui Mendes, juntamente com Hugo Fernandes e Bárbara Gomes.
O arguido, apesar de ter decidido não falar em sede de julgamento, disse, durante a fase de inquérito, que as únicas pessoas do grupo que conhecia eram Davi Oliveira e Jayna Pacheco, ambos fugidos à justiça. Dieisson Oliveira queixa-se de ter levado um murro, logo que saiu da discoteca, embora não saiba dizer de quem. “Eu só apanhei, mas não bati”, afirmou.
Na rua, o arguido diz que viu mulheres envolvidas numa luta e “dois meninos batendo no rapaz [Rui Mendes]”. Mas insistiu que o único que conhecia era Davi Oliveira e reconheceu que este “deu um soco e um pontapé na vítima”. Questionado sobre a razão de não ter prestado auxílio a Rui Mendes, o arguido disse que “estava impossibilitado, sangrando, só chamando o Davi para ir embora”.
NÃO SABIA QUE ERA ACUSADO
Dieisson Oliveira, que foi capturado na zona de Lisboa, em junho deste ano, recusa a acusação de fuga à justiça. “Só tomei conhecimento quando me deram voz de prisão”, disse. O arguido sustenta que, quando os factos sucederam, já tinha trabalho na Holanda, que partiu sem ter conhecimento do que tinha acontecido e que continuou sem saber porque cortou a ligação com “amizades que já não interessavam”.