Os interrogatórios da Operação Pretoriano devem prolongar-se pelo dia de hoje com as audições de Vítor Catão e de Fernando Madureira. Os detidos que já prestaram declarações admitiram ter participado em agressões, mas negaram a existência de um plano predefinido para silenciar a oposição interna ao presidente do clube.
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Segundo apurou o JN, os arguidos que responderam a perguntas do juiz de instrução criminal, Pedro Miguel Vieira, foram confrontados com imagens captadas durante a assembleia geral de 13 de novembro em que é possível identificá-los. Não negaram tal evidência, mas rejeitaram ter existido um conluio para calar as vozes da oposição.
Terão alegado que viveram momentos acalorados, mas sem nunca terem estabelecido previamente o objetivo de criar um clima de intimidação.
“Vangloriaram-se”
Os detidos também foram confrontados com mensagens publicadas nas redes sociais Facebook e X, onde alguns se terão “vangloriado” das agressões.
Ontem ao final do dia, dos sete arguidos que aceitaram falar, quatro já tinham prestado declarações, faltando ouvir três. Até agora, Moreira de Sá, Tiago Aguiar, José Pereira, Vítor Oliveira, Fernando Saul, Vítor “Catão” e Madureira afirmaram querer prestar declarações. Um oitavo arguido ainda estava a ponderar falar.
Madureira, que ontem foi levado para o tribunal ao início da tarde, voltou para a esquadra da PSP de Santo Tirso passadas poucas horas. Os restantes detidos foram para a esquadra da Bela Vista, no Porto, onde passaram a noite.
Recorde-se que, neste processo, Fernando Madureira está indiciado pelos crimes de ofensas à integridade física, coação agravada, ameaça, além de instigação pública a um crime e arremesso de objeto.
Toda a prova que foi cautelarmente apreendida pela PSP em casa de Sandra e Fernando Madureira, tal como cerca de 50 mil euros, um Porsche e dois BMW, ainda vão ser analisados pela procuradora do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) do Porto. A incongruência entre os rendimentos declarados e o património da família poderá ser alvo de um processo autónomo, através de uma extração de certidão promovida pelo MP, que ainda não tomou decisão nesse sentido.