Cinco suspeitos de corrupção, tráfico de influências e falsificação conhecem as medidas de coação esta terça-feira.
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Todos os detidos no âmbito da investigação por alegados contratos viciados em torno do Turismo do Porto e Norte de Portugal (TPNP) têm vindo a negar qualquer ilegalidade nos interrogatórios que devem terminar esta terça-feira. Também hoje devem ser conhecidas as medidas de coação.
Segundo informações recolhidas pelo JN, tanto Melchior Moreira, presidente do TPNP, como as duas funcionárias da instituição, Isabel Castro e Gabriela Escobar Gomes, além dos empresários José Simões Agostinho e Manuela Couto refutaram, nos interrogatórios, os factos imputados pelo Ministério Público e Polícia Judiciária do Porto.
Os arguidos do TPNP terão admitido "engenharias financeiras" para contornar dificuldades de tesouraria e conseguir cumprir os objetivos de instalação das lojas interativas de turismo, bem como iniciativas de comunicação, mas recusam ter causado prejuízo ao erário público.
A investigação acredita que os contratos por ajuste direto de mais de cinco milhões de euros a firmas do grupo de José Simões Agostinho, empresário de Viseu, seriam feitos à revelia das regras da contratação pública, contornando os tetos máximos. As autarquias que quisessem receber uma Loja Interativa seriam obrigadas a adjudicar a instalação a Simões Agostinho, indicado por Melchior.
Manuela Couto, a empresária que controla cinco empresas de comunicação e foi a última arguida a ser ouvida, é suspeita de, em presumível conluio com Melchior, ter usado as suas empresas para fracionar contratos e assim contornar os limites legais de contratação pública, no que toca ao aluguer de expositores para feiras. A mulher do presidente da Câmara de Santo Tirso, Joaquim Couto, é ainda é suspeita de ter promovido a imagem pessoal de Melchior à custa dos cofres do TPNP.