Um dos agentes da PSP envolvidos na ação policial que resultou na morte de uma mulher de 23 anos, em São João da Madeira, em 2020, viu arquivados os processos disciplinares abertos contra si. Um outro polícia, que efetuou o disparo fatal e foi condenado a dois anos de pena suspensa, ainda aguarda decisão.
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A decisão de arquivamento do ministro da Administração Interna surgiu após proposta da Inspeção Geral da Administração Interna que terá considerado que o agente em causa cumpriu todos os procedimentos legais a 24 de setembro de 2020, em São João da Madeira.
Nessa noite, este polícia e outros dois colegas estavam numa ação de vigilância no seguimento de uma vaga de furtos na cidade. Aperceberam-se de um homem num veículo furtado a tentar furtar uma outra viatura. Abordaram-no e deram-lhe ordem de paragem.
Tentou atropelar PSP
O suspeito, André "Pirata", não respeitou a ordem e arrancou a toda a velocidade. Um dos polícias colocou-se no meio da rua para travar a fuga. O suspeito apontou o veículo na sua direção. O PSP ainda efetuou um disparo para o pneu da viatura mas teve de se desviar para não ser atropelado.
Após a passagem do carro, um outro agente efetuou um disparo na direção do automóvel. O projétil atingiu o farolim direito traseiro, perfurou o veículo e atingiu uma mulher que seguia no lugar do passageiro. A vítima, de 23 anos, acabaria por ser deixada pelo namorado, o "Pirata", à porta das Urgências do Hospital de São João da Madeira, onde acabaria por falecer.
O agente que disparou o tiro fatal foi condenado em março deste ano a dois anos de prisão, pena suspensa, por homicídio por negligência. O juiz considerou que o polícia "fez um indevido uso da sua arma de fogo e provocou a morte da vítima". Ainda não é conhecido o resultado do inquérito disciplinar aberto à sua conduta.