Nas 100 perguntas que enviou ao primeiro-ministro, o juiz Carlos Alexandre quer que António Costa diga que contactos teve com o Presidente da República, o ministro da Defesa e os chefes militares e quando soube da encenação da PJM.
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Segurança das instalações militares
António Costa tinha conhecimento que as condições de segurança dos paióis de Tancos eram deficitárias e que esse facto era do conhecimento do ministro Azeredo Lopes? Esta é a primeira dúvida que Carlos Alexandre quer ver esclarecida.
Conhecimento do assalto a Tancos
O primeiro-ministro é instado a revelar quando e quem o informou do furto do material de guerra e se falou do assalto com o presidente da República, com o ex-ministro da Defesa, com o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, com o chefe do Estado-Maior do Exército, com o diretor da Polícia Judiciária Militar, Luís Vieira, com o ministro dos Negócios Estrangeiros e com os responsáveis pelos serviços de segurança e informações.
Responsabilidade da investigação
O juiz do Tribunal Central de Lisboa pretende confirmar se o chefe do Governo sabia que o processo-crime da investigação ao assalto era da responsabilidade do DCIAP e que a investigação era exclusiva da PJ civil. Quer ainda saber se Costa conhecia o tipo de relação entre o diretor da PJ Militar e Azeredo Lopes e se estes mantiveram reuniões para acompanhar o caso, nas quais participou o tenente-general João Cordeiro, chefe da Casa Militar do Presidência da República.
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Memorando e fita do tempo
António Costa recebeu, tal como o ministro da Defesa, o famoso memorando e a fita do tempo com a descrição do furto e recuperação do armamento de guerra? Esta é outra dúvida que o magistrado quer esclarecer.
Recuperação do material de guerra
Quando, como e por quem soube da recuperação do material de guerra na Chamusca? Soube logo que se tratava do material furtado de Tancos? E que tinha sido recuperado todo o material ou só parte? Soube que o NIC da GNR de Loulé participou na operação? Estes são pormenores sobre os quais Costa também é chamado a pronunciar-se.
Conversas com Azeredo Lopes
Carlos Alexandre pergunta ao primeiro-ministro se falou com Azeredo Lopes sobre a recuperação do armamento antes do debate quinzenal e durante o Conselho de Ministros. Pergunta ainda se soube que Luís Brazão e Luís Vieira foram recebidos no Ministério da Defesa.
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Encenação e contactos com Marcelo
António Costa é questionado sobre se, em algum momento, concluiu que a recuperação do material de guerra tinha sido encenada pela PJ Militar após uma investigação paralela do conhecimento de Azeredo Lopes. E se falou com Marcelo Rebelo de Sousa sobre a investigação ao assalto a Tancos.
Preocupação das embaixadas
Para Carlos Alexandre é importante perceber se houve embaixadas a pedir informações sobre o material de guerra furtado e que medidas foram definidas por Costa para acautelar qualquer incidente internacional.