Tentou estrangular a companheira e meteu-a na mala do carro na garagem da casa onde viviam, em Ribeirão, Famalicão. Carla recuperou os sentidos e resistiu, mas foi asfixiada com cobertor.
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Carla Barbosa, 36 anos, foi asfixiada até à morte pelo marido de 44 anos, ontem de manhã, em Fradelos, Vila Nova de Famalicão. Jorge Branco confessou o homicídio e foi detido pela GNR quando se preparava para fugir. Matou a mulher porque ela quis o divórcio.
Não havia antecedentes por violência doméstica
O crime consumou-se numa moradia, situada na Urbanização do Engenho, em Fradelos, pertencente a amigos emigrados em França e da qual o casal tomava conta, mantendo-a segura e limpa. Mas a tragédia começou cerca de uma hora antes. O casal terá saído da sua casa, em Ribeirão, também em Famalicão, onde morava com a filha de 15 anos, por volta das nove horas. Desceram à garagem para irem buscar o carro e terá sido aí que Jorge estrangulou a mulher com um garrote.
Julgando-a morta, meteu-a na mala do carro e seguiu para a casa dos amigos emigrantes. Só que Carla estava apenas inconsciente e quando recuperou os sentidos gritou e resistiu, tentando libertar-se. "Vi-o passar no carro, sozinho, e entrar para a garagem. Logo a seguir comecei a ouvir gritos e uns barulhos, mas não sabia o que era", contou um morador da urbanização.
Foi nessa altura que Branco tirou Carla da mala e a arrastou para dentro da casa. A mulher acabou por cair, já no interior da moradia, na zona da entrada, e terá sido aí que o homem a asfixiou de novo, usando um cobertor que trazia no carro.
"Matei a minha mulher"
Os vizinhos que vieram à janela ver o que se passava, alertados pelos gritos, chamaram de imediato a GNR de Famalicão. Os militares chegaram rapidamente, a tempo de bloquearem o caminho do homem, que se preparava para fugir. "Matei a minha mulher", terá dito logo Jorge Branco às autoridades.
Os Bombeiros de Famalicão e a VMER do Centro Hospitalar do Médio Ave estiveram no local, mas já nada puderam fazer para salvar a vítima. Durante cerca de três horas, os inspetores da Polícia Judiciária de Braga estiveram no local a recolher vestígios e a reconstituir o crime com o suspeito.
Segundo as informações que o JN conseguiu recolher, a mulher teria pedido o divórcio, algo que não era aceite pelo marido. "Eram pacatos e trabalhadores. Nunca pensei que pudesse acontecer uma coisa destas", disse um vizinho do casal, em Ribeirão. "Nunca ouvi falar em violência doméstica entre os dois", referiu ainda.
De resto, ao que apuramos, não existem queixas de violência doméstica na GNR relacionadas com esta família.
Atualmente, Jorge trabalhava na construção civil e Carla numa lavandaria industrial. O casal esteve alguns anos emigrado em Andorra.