Assessor da Câmara de Lisboa investigado por posse e partilha de pornografia infantil
Um assessor do vice-presidente da Câmara de Lisboa estará a ser investigado por pornografia de menores, noticiou ontem a TVI. O suspeito, que também esteve ligado à organização da Jornada Mundial da Juventude, defende-se, acusando a ex-mulher: "É um processo de alienação parental de uma mãe em relação a um pai".
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A investigação terá sido iniciada após uma denúncia à GNR por parte de uma mulher de Ponte de Sôr, identificada pela TVI como "Ana", alarmada pelo conteúdo de conversas que mantinha numa aplicação online para encontros com o que pensava ser uma mulher. A PJ suspeita tratar-se, contudo, de Tiago Telo de Abreu, ex-vereador do CDS na Câmara de Elvas e assessor do vice-presidente da Câmara Municipal de Lisboa (demitiu-se ainda durante a investigação).
À medida que "Ana" ia ganhando a confiança da sua interlocutora, esta apresentou-lhe a alegada filha, uma menina de 12 anos, que poderia ser usada para abusos sexuais por parte de adultos, relata a TVI.
Mais tarde, é contactada nas redes sociais por alguém que se identifica como Tiago Telo de Abreu e que disse terem amigos em comum: um homem e a mãe da menor. Mais tarde, o ex-assessor terá relatado a "Ana" os abusos que praticava com a menina.
Quando a PJ efetuou buscas em casa de Tiago Abreu apreendeu-lhe o telemóvel e intercetou outra menor, que é mencionada nas conversas mantidas com "Ana". O antigo vereador surgirá em fotos ao lado da menor, que está a dormir e semi-despida.
Tiago Abreu defende-se, afirmando que alguém terá tido acesso à sua conta Google e acusa a ex-mulher de subtração de menor e de ser a grande responsável pelo alarido à volta do caso. Estará em causa a disputa judicial em torno da filha de ambos e, afirmou à TVI, "o processo está em segredo de justiça, mas na minha cidade natal, Elvas, no passado ano foram recebidas cartas anónimas, dirigidas aos presidentes das juntas e ao presidente da Câmara e restante vereação, com cópia de parte dos autos, nas quais eu era difamado”.
“Como se não bastasse, remeteu igual conteúdo para a Câmara Municipal de Lisboa, o meu local de trabalho, e para todos os vizinhos do prédio em que habito. E mais, posso também dizer-lhe que o colégio que a minha filha mais nova frequenta também recebeu elementos do processo. Por isso não raras vezes digo que isto não devia ser um processo-crime, mas sim um processo de alienação parental de uma mãe em relação a um pai”, disse àquela estação de televisão.
O relatório da PJ, segundo a TVI, foi concluído em dezembro e já terá sido remetido para o Ministério Público do Seixal.