A associação “Agigantar Abril” fala de um cenário de “guerra civil” nos tribunais portugueses face a declarações do presidente do Supremo Tribunal de Justiça que, diz, “acusou os advogados de serem os principais culpados pelos atrasos dos processos”.
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A associação cívica "Agigantar Abril", com sede em Guimarães, acusa o juiz conselheiro João Cura Mariano, presidente do Supremo Tribunal de Justiça (STJ), de querer o poder absoluto para os juízes ao ameaçar os advogados com multas. A reação surge depois de tornadas públicas as conclusões do “Grupo Melhor Justiça”, constituído pelo Conselho Superior de Magistratura para conferir celeridade aos tribunais. O documento - intitulado “Megaprocessos e processo penal: carta para a celeridade e melhor justiça” - propõe, entre outras coisas, multas para quem praticar atos dilatórios.
Carlos Caneja Amorim, presidente da "Agigantar Abril", que se tornou notada por ameaçar o Estado português com um processo por discriminar Guimarães na forma como financia as estruturas resultantes das capitais europeias da cultura, quer agora que o presidente do STJ, João Cura Mariano, e o vice-presidente do órgão, Luís Azevedo Mendes, peçam “desculpa aos advogados, num prazo máximo de 10 dias” (a contar a partir de sexta-feira, dia 21). Caso contrário, a associação defende que aos dois juízes conselheiros “não resta outro caminho que não a demissão”.