O vice-presidente da Distrital de Braga do Chega, Carlos Barbosa, entregou esta terça-feira, na PSP, a ata de uma reunião do órgão havida a 4 de junho de 2021 em Terras de Bouro e que era reclamada pelo Tribunal, no quadro de um julgamento cível sobre a alegada falta de quórum na estrutura.
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Fonte ligada ao processo disse ao JN que a entrega se segue a um pedido do Ministério Público, que abriu um inquérito ao extravio do documento, depois de o líder distrital ter dito no Tribunal Cível, em janeiro, que não havia sido feita ata da dita reunião.
O juiz do processo mandou, então, extrair uma certidão para que o caso fosse investigado por suspeita de crime praticado por Filipe Melo e por outros membros da Distrital.
Ontem, a PSP deslocou-se à sede do partido Chega, em Lisboa, por ordem do Tribunal de Braga, à procura da ata da reunião em que foi exonerado o vogal José Luís Almeida Martins Moreira, atual líder concelhio em Vila Verde. O JN reportou que tinha sido efetuada uma busca formal na sede, mas os polícias limitaram-se a pedir a entrega do documento aos responsáveis do partido, o que não sucedeu.
A mesma fonte sublinhou que, três meses depois da saída de José Moreira, em outubro, foi exonerada a vogal-adjunta Maria Cardenas (mulher do vereador de Vila Verde, Fernando Feitor), e foi esta militante quem moveu uma ação cível contra o órgão distrital, liderado por Filipe Melo, deputado na Assembleia da República e candidato por Braga, exigindo a ata da reunião e argumentando que a Comissão Política passou, desde esse dia, a funcionar sem quórum.
Diz que, a falta de quórum ocorreu dado que, em fevereiro do ano seguinte, se demitiram a vice-presidente Eugénia Santos, a vogal-adjunta Manuela Carvalho Ribeiro, o tesoureiro Filipe Araújo, o secretário José Manuel Branco Osório e o vogal suplente Carlos Alberto Rodrigues Pizarro.
A ação judicial argumenta que, a Distrital funciona sem quórum, pois ficou apenas com quatro membros ativos, quando são necessários cinco membros para que haja quórum.
Diz que, por isso, o líder Distrital, Filipe Melo, foi repescar o militante José Luís Moreira e não quer apresentar a ata de sua exoneração. A repescagem - sustenta - “é ilegal”.
Maria Cardenas acentua que pediu a ata no dia 28 de Março de 2022, e pela segunda vez, no dia 23 de Abril, mas a Distrital recusou-se sempre a entregá-la.