Vivia com os avós desde os 18 anos em Oeiras e dependia economicamente deles. Para conseguir dinheiro que sustentasse os vícios de álcool e drogas, o homem de 27 anos intimidava-os, insultava-os e chegou a atirar-lhes objetos. Foi detido e ficou proibido de contactar os avós, inclusive por telefone.
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Há já vários anos que arguido vinha aterrorizando os avós, ambos de idade avançada e em situação de fragilidade física e psicológica. A avó está diagnosticada com demência e a ser medicada para uma depressão e o avô tem locomoção reduzida e fraca audição.
Reiteradamente, exigia dinheiro a avó para comprar álcool e drogas que consumia assiduamente. Para tal, recorria a intimidações, injúrias e ameaças explícitas. Quando a avó lhe negava, ele "aumentava a agressividade, tendo já arremessado objetos contra os avós, causando dor e sofrimento físico", descreve um comunicado da PSP.
Avó dormia com carteira para não ser roubada
Além disso, aproveitando-se da ausência dos avós, chegou a vender diversos eletrodomésticos e artigos da casa para adquirir estupefacientes, provocando prejuízos económicos significativos. A avó começou a adotar estratégias de proteção, como dormir com a carteira junto a si para impedir que o neto lhe retirasse dinheiro.
Segundo a PSP, "a situação gerou exaustão psicológica nas vítimas, que manifestaram temor constante pela sua segurança e solicitaram medidas urgentes de afastamento e proteção por teleassistência".
As autoridades recolheram vários elementos de prova, incluindo declarações presenciais das vítimas, registos fotográficos dos danos causados na residência e antecedentes criminais do arguido. Perante tais evidências, "considerou-se a detenção como medida imprescindível para salvaguardar a integridade física e psicológica dos ofendidos e prevenir a continuação da atividade criminosa".
O detido foi presente à Autoridade Judiciária competente para efeitos de primeiro interrogatório judicial, sendo-lhe aplicada a medida de coação de proibição de contacto com as vítimas de qualquer forma, inclusive através do telefone, proibição de permanência na residência e apresentações semanais junto das autoridades.