Luís Barroso, dos White Angels, do Vitória de Guimarães, foi acusado de agressão. A investigação deixou passar o prazo e agora deve reformular em novo processo.
Corpo do artigo
O Tribunal de Guimarães rejeitou a acusação do Ministério Público (MP) contra Luís Barroso, animador da claque White Angels, do Vitória de Guimarães, porque foi deduzida um dia após o prazo limite. A irregularidade foi suscitada pela defesa.
Por se tratar de processo abreviado, o MP tinha 90 dias, até 3 de março, para deduzir acusação, na sequência de desacatos entre adeptos locais e apoiantes do Standard Liège, da Bélgica, a 27 de novembro do ano passado.
O MP teve três meses para ouvir Luís Barroso. Contudo, só o interrogou no 90.º dia e a acusação só foi deduzida a 4 de março, o que implica não poder ser admitida, por irregularidade. Em consequência, foi rejeitada e só pode ser repetida em "processo comum" (e não "abreviado").
Perante isto, o MP tem a opção de recorrer para a Relação e tentar fazer valer a acusação em processo abreviado, ou repetir a acusação em processo comum.
Luís Barroso, engenheiro agrónomo de 39 anos e conhecido por ser o "maestro" da claque do Vitória, estava acusado de ofensa à integridade física por, supostamente, ter estado envolvido numa rixa da qual resultou um adepto do Liège ferido. O adepto está sujeito à medida de coação de proibição de aceder a recintos desportivos e tem de se apresentar na esquadra da PSP sempre que o Vitória jogue.
Contactado pelo JN, Pedro Miguel Carvalho, advogado de Luís Barroso, refere que a acusação "não só é infundada, como irregular". Para o defensor, "este é um processo sem fundamento que, a pretexto do combate à violência no desporto, instrumentaliza o Luís Barroso".
Não é líder oficial
A acusação atribui a Barroso o papel de líder dos White Angels, mas o registo da claque no Instituto Português do Desporto e Juventude indica outro responsável. Depois, a versão acusatória refere que o agressor do adepto belga foi "um dos elementos" do grupo onde estaria Luís Barroso, mas não aponta o "maestro" da claque como o concreto autor da agressão.
Em inquérito, o MP propôs a Luís Barroso a suspensão provisória do processo na condição de aceitar a proibição de acesso a recintos desportivos durante 12 meses. Mas o arguido recusou, por não admitir culpa.