O presidente da auditora KPMG Portugal à data do colapso do BES/GES, Sikander Sattar, defendeu esta terça-feira, no julgamento do caso, que a falsificação das contas da Espírito Santo International (ESI), destinada ao controlo do grupo, “só pode” ter servido para beneficiar os seus acionistas.
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A holding, cuja falência foi ocultada desde 2009 até meses antes da falência do Banco Espírito Santo (BES) e do Grupo Espírito Santo (GES), no verão de 2014, era detida por uma outra entidade participada pelos cinco ramos da família Espírito Santo, incluindo o ex-banqueiro Ricardo Salgado, um dos 18 arguidos no processo.
Num testemunho que vai prosseguir na próxima semana, Sikander Sattar recordou que, em abril de 2014, o contabilista Francisco Machado da Cruz afirmou à Comissão de Auditoria que o “erro” nas contas fora “intencional”, embora não para “proveito próprio ou de outras pessoas”. Questionado se compreende um “erro intencional” sem proveito para terceiros, o ex-presidente da KPMG Portugal respondeu que não.