José António Jesus, o autarca de Tondela condenado por um crime de peculato e dois de falsificação de documento, pediu novamente a suspensão de mandato na câmara. O presidente, reeleito nas últimas autárquicas pelo PSD para um terceiro mandato, pediu agora a suspensão pelo período de 90 dias, enquanto aguarda a decisão do recurso apresentado no Tribunal da Relação de Coimbra
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O autarca foi condenado a cinco anos de prisão, com pena suspensa, e a perda de mandato no dia 26 de novembro pelo Tribunal de Viseu. Ficou ainda proibido de exercer funções públicas durante quatro anos e obrigado a pagar uma multa de 900 euros.
O tribunal deu como provado que José António Jesus recebeu mais de 11 mil euros de ajudas de custo por deslocações efetuadas em viaturas próprias, quando na realidade tinha utilizado carros do município. Os crimes ocorreram entre os anos de 2010 e 2017. Antes do julgamento, José António Jesus restituiu os montantes recebidos indevidamente.
No mesmo processo, o antigo vice-presidente da autarquia tondelense, Pedro Adão, também foi condenado a uma pena suspensa de quatro anos e dois meses de cadeia. O ex-autarca ficou proibido de exercer funções públicas durante três anos e meio e obrigado a pagar uma multa de 800 euros.
José António Jesus solicitou a primeira vez a suspensão de mandato a 15 de janeiro por um período de 180 dias, prazo que termina na próxima semana. Como o Tribunal da Relação de Coimbra não se pronunciou sobre o caso, voltou, ontem, a efetuar novo pedido.
A quando da primeira suspensão disse que estava a ser "sujeito, em desrespeito absoluto pelo princípio da presunção de inocência, a condicionantes e a uma pressão" que não podia aceitar.
Na mesma nota enviada à imprensa queixou-se "no plano de natureza política e partidária" de uma "alteração" do comportamento de algumas pessoas "face aos valores de coesão e compromissos antes assumidos".