Autarca foi a reuniões do PS em viatura municipal para "rentabilizar deslocações"
O presidente da Câmara de Idanha-a-Nova começou a ser julgado, esta terça-feira, em Castelo Branco, por dois crimes de peculato e dois de peculato de uso. Segundo a acusação, os crimes lesaram o erário público em cerca de 200 euros, em combustível e portagens, por uso indevido de uma viatura do Município.
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Em causa estão viagens do autarca Armindo Jacinto a Santarém, em outubro de 2019, e ao Porto, em janeiro de 2020, em que ali participou em reuniões da Comissão Nacional do PS. Em tribunal, o arguido alegou que, nas mesmas datas, também ali foi tratar de assuntos “comerciais e institucionais” que diziam respeito Município de Idanha. Segundo disso, fez “coincidir as datas, no sentido de rentabilizar o tempo e as deslocações”.
Frisou ainda que, “em qualquer destas situações, sempre esteve no papel de presidente da Câmara e a defender os interesses de todos os idanhenses, e não os pessoais” - justificação que já tinha dado num primeiro esclarecimento público. “Todas as utilizações de veículos foram legítimas e, além disso, diga-se, nunca usufruí, apesar do previsto na Lei, de qualquer subsídio ou ajuda de custo ao longo destes mais de 20 anos”, explicou à data em que se soube do julgamento.
Armindo Jacinto afirmava ainda na altura estar consciente que “a (des)informação na sociedade digital de hoje, onde os títulos e os chavões são produzidos de forma a criar uma reação quase visceral aos leitores e para serem consumidos de forma instantânea e ligeira, toldará a opinião pública, com prejuízos irreparáveis para a imagem pública”.
O presidente da Câmara de Idanha-a-Nova, que está a cumprir o seu terceiro e último mandato, remeteu mais declarações para o final do julgamento.