A batalha campal e o tiroteio protagonizado por dois clãs, que lançaram o pânico em Vila Real no final do mês de julho, foram motivados por zangas antigas, com uma luta de território pela venda ambulante de perfumes. À mistura também houve uma promessa quebrada de um casamento que adensou as inimizades. O feirante, de 51 anos, que estava em liberdade condicional de uma condenação por homicídio e que baleou uma grávida foi detido pela PJ de Vila Real, em Braga.
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De acordo com informações recolhidas pelo JN, os dois clãs, ambos residentes em Vila Real e com relações familiares entre si, já andavam de costas voltadas há vários meses. Entre eles, havia um casamento prometido de um jovem casal que não chegou avante, mas também outras pequenas disputas.
Mas o que fez estalar o verniz, na tarde do passado dia 26 de julho, foi a família do atirador ter visto membros do outro clã a vender perfumes junto do Teatro Municipal de Vila Real. Território que pertenceria aos familiares do agora detido.
Em poucos minutos, cerca de 30 pessoas, armadas com paus, pedras, canas de pescas e ferros, juntaram-se naquela movimentada zona de Vila Real que dá acesso ao shopping da cidade. Gerou-se uma batalha campal entre homens, mulheres e até crianças. Os confrontos levaram à destruição da esplanada do café Sport.
Entretanto, chegou o atirador que disparou vários tiros, sendo que um deles atingiu a grávida, de 32 anos, na barriga.
Apesar dos ferimentos, nem a vida da mulher, nem a vida do bebé estiveram em risco.
Da batalha resultaram vários feridos que foram levados para o hospital local em carros particulares. À chegada da PSP e da PJ, o atirador já tinha desaparecido.
Nunca mais regressou à sua residência de Vila Real, nem à do Fundão, de onde é natural. E foi em Braga, perto da casa de uma filha onde estaria escondido das autoridades, que o suspeito foi detido. Está indiciado por dois crimes de homicídio na forma tentada, quer da grávida, quer do bebé.
O JN sabe que nega a autoria dos crimes.