Um homem, de 22 anos, começa a ser julgado, esta terça-feira, 14, no Tribunal de S. João Novo, no Porto, acusado de ter tentado matar um vizinho, no Bairro de Francos, por causa de um rumor relativo a uma "banhada" (roubo de droga) de 150 euros. O arguido terá disparado dois tiros contra a vítima, que está atualmente em cadeira de rodas.
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O caso aconteceu em fevereiro do ano passado, a meio da tarde. De acordo com a acusação, gerou-se uma discussão envolvendo dois grupos. Por um lado, havia o arguido e o seu pai, que era o alvo dos rumores, e por outro, a vítima e um cunhado desta.
"Na origem desta altercação esteve um rumor relacionado com a eventual existência de uma malograda transação de pequena quantidade de estupefaciente, de valor não superior a 150 euros", em que se dizia que o pai do arguido "se apoderou do dinheiro da pessoa que pretendia comprar o estupefaciente", garante o Ministério Público.
No meio da discussão, o arguido sacou uma pistola de calibre 6.35 milímetros e disparou dois tiros contra a vítima, que foi atingida em órgãos vitais.
"As lesões resultantes da atuação do arguido implicaram o comprometimento da função locomotora do assistente, que se desloca exclusivamente em cadeira de rodas, não sendo ainda possível prever até que ponto se irá verificar alguma recuperação funcional", explica o MP.
A vítima, que se constituiu assistente no processo, não tem praticamente força muscular na perna direita. Já recuperou alguma sensibilidade nesse membro, mas ainda não controla a emissão de fezes e urina. Após ter sido baleado, foi sujeito a várias operações e esteve em coma induzido durante dez dias, "período no qual permaneceu em unidade de cuidados intensivos e com prognóstico reservado".
O arguido, que está em prisão preventiva, responde por um crime de homicídio na forma tentada e outro de posse de arma ilegal.