O funcionário da agência do BPI em Vieira do Minho que era suspeito de ter desviado 45 mil euros em moedas foi ilibado. Este mês, o Ministério Público arquivou o inquérito, aberto por força de uma queixa da instituição bancária, por falta de provas de eventuais crimes de abuso de confiança e falsificação de documento.
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A queixa tinha sido apresentada em junho de 2022 pelo BPI, no Ministério Público de Vieira do Minho, já depois de o próprio banco não ter conseguido, internamente, reunir provas contra o funcionário, o qual, ainda assim, a entidade empregadora transferiu para outra agência e castigou com 24 dias de suspensão. O bancário também havia solicitado uma investigação criminal a si próprio para provar a sua alegada inocência.
O funcionário bancário, que, até 2021, tinha as funções, entre outras, de tesoureiro da agência de Vieira do Minho do BPI, solicitou em tempo próprio a preservação das imagens das câmaras de videovigilância, o que o banco não fez. O suspeito também explicou que, caso alguém se apoderasse do dinheiro, em sacos de moedas de dois euros, seriam 22 750 moedas, com o peso total de 193,45 quilos, por cada moeda pesar 8,5 gramas; se fossem moedas de um euro, seriam 45 548 moedas, com peso total de 341,38 quilos, por cada uma pesar 7,5 gramas. O transporte das mesmas, sustentou, “nunca passaria despercebido”, nomeadamente, nas imagens da videvigilância.
“Também não é líquido que o referido valor [os 45 mil euros em moedas] tenha, efetivamente, sido depositado, atendendo a que nesta sede a própria instituição bancária não foi capaz de identificar o cliente depositante nem quando tal depósito foi efetuado”, afirma o MP no despacho de arquivamento.
“Se os indícios não forem bastantes para persuadirem da culpabilidade do arguido e no espírito do magistrado surjam dúvidas sérias de que o arguido, perante os meios de prova existentes no processo, virá a ser, provavelmente, absolvido, não deve sujeitá-lo a julgamento, ou seja, não deve acusá-lo”, entendeu também procuradora titular, Jéssica Pereira dos Santos.
O advogado de defesa João Araújo da Silva, contactado pelo JN, comentou que “finalmente se fez a mais inteira justiça, depois de ele [o bancário] ter andado tanto tempo sob suspeição”.