As absolvições parciais do diretor de comunicação e do diretor de conteúdos do F. C. Porto vão a prolongamento. O Benfica quer ver as penas suspensas aplicadas a Francisco J. Marques e a Diogo Faria agravadas pelo Tribunal da Relação de Lisboa.
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“Não vale tudo para ganhar audiências. Não vale tudo para ganhar campeonatos. Não vale tudo para atacar o adversário, dentro e fora de campo, por mais alto que o sentimento clubístico fale”. É com esta introdução que os advogados do Benfica, Rui Patrício, Saragoça da Matta e João Medeiros fazem a introdução do recurso de 133 páginas, onde são invocados três grandes argumentos.
O clube da Luz entende que os arguidos deveriam ter sido condenados pela totalidade dos crimes de que foram acusados, sem lugar a abolições parciais. J. Marques foi sentenciado com uma pena suspensa de um ano e dez meses de prisão e Diogo Faria com nove meses por dois crimes de ofensa a pessoa coletiva e um de violação de correspondência.
Ao contrário do tribunal, que entendeu que os arguidos não podiam ser condenados por ofender o Benfica em programas em que se limitaram a fazer juízos de valor sem apresentar factos ou revelar e-mails, o Benfica entende que, nesses programas, J. Marques e Faria também imputaram factos difamantes ao clube.
No segundo ponto, Patrício, Matta e Medeiros argumentam que os arguidos deveriam ter sido condenados pelo crime de acesso indevido. Os juízes entenderam que Francisco J. Marques e Diogo Faria não cometeram esse ilícito, que terá sido praticado por Rui Pinto, recentemente acusado por estes factos. Mas o Benfica acredita que ao visualizar um conteúdo que era de proveniência ilegal, os arguidos sabiam que estavam a cometer um crime.
No terceiro argumento, o Benfica contesta a interpretação jurídica do tribunal que entendeu absolver os arguidos do crime de ofensa à pessoa coletiva relativamente a expressões usadas no livro “Polvo Encarnado”. Para os juízes, a ofensa a pessoa coletiva nunca pode ser cometida por escrito, mas sim apenas de forma oral. Os advogados do Benfica também querem que a Relação reverta essa absolvição parcial.
De acordo com informações recolhidas pelo JN, tanto J. Marques como Diogo Faria também já recorreram das suas respetivas condenações.