Bens apreendidos ao casal Madureira na “Pretoriano” passam para a “Bilhete Dourado”
Os 42 mil euros apreendidos na habitação do casal Madureira, durante as buscas efetuadas no âmbito da “Operação Pretoriano”, ficarão à ordem do inquérito referente à “Operação Bilhete Dourado”, no qual “Macaco” e a esposa Sandra são suspeitos de lucrar com a venda de bilhetes para os jogos do F. C. Porto.
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Em novembro do ano passado, Fernando e Sandra Madureira foram detidos numa investida da PSP batizada de “Operação Pretoriano” e que concluiu a investigação às ameaças e agressões ocorridas durante uma assembleia geral do F. C. Porto. Durante as buscas então feitas à residência da família, a PSP apreendeu 42 mil euros em notas, dois BMW e um Porsche 971, dinheiro e carros que continuavam guardados à ordem desse inquérito.
Porém, agora que a acusação foi concluída, a procuradora Graça Ferreira impôs que estes bens passem a “ficar à ordem” de outro inquérito, nomeadamente o referente à “Operação Bilhete Dourado”. O mesmo será feito com os 91 bilhetes para o jogo entre o F. C. Porto e o Arsenal, da última edição da Liga dos Campeões, encontrados na habitação de Vítor Oliveira, conhecido por “Aleixo”, com os 2940 euros apreendidos na residência do ex-funcionário do clube Fernando Saul e com os mil euros que Hugo Carneiro, de apelido “Polaco”, tinha em casa.
“Em face da abrangência dos factos sob investigação no inquérito, justifica-se que os bens, dinheiro, objetos, documentos e bilhetes apreendidos no decurso das buscas domiciliárias e não domiciliárias realizadas no âmbito destes autos – 'Operação Pretoriano' - passem a ficar à ordem desse outro inquérito [da Operação Bilhete Dourado]”, refere a procuradora.
Bilhetes vendidos na candonga
Graça Ferreira alega ainda que que há “fortes suspeitas de que Fernando Madureira e Sandra Madureira e outros vêm retirando ilícitos proventos da venda de bilhetes do Futebol Clube do Porto”, indo ao encontro das hipóteses levantadas na “Operação Bilhete Dourado”.
Esta diligência policial realizou-se em maio deste ano, já com “Macaco” em prisão preventiva, e, como tinha acontecido meses antes, envolveu buscas à casa da família Madureira. Nesta investigação, que ainda não foi concluída na forma de acusação, o ex-líder dos Super Dragões e a esposa são suspeitos de obter avultados lucros com a venda ilegal de bilhetes para os jogos do F. C. Porto.
Os ingressos seriam desviados por funcionários do clube, sempre com a conivência de responsáveis da empresa do universo portista Porto Comercial, e entregues a Fernando Madureira que, em seguida, os comercializava no mercado negro. “Macaco” nada pagaria e só teria que garantir que os Super Dragões mantinham o apoio ao anterior presidente do clube Pinto da Costa.
A candonga de bilhetes continuou, sustenta a investigação, mesmo com Fernando Madureira na cadeia e com Sandra impedida de contactar com os elementos da claque. O negócio seria assegurado pela filha do casal, Catarina, que criou um grupo de WhatsApp para receber as encomendas.