O empresário Joe Berardo e o seu advogado André Luiz Gomes, detidos esta terça-feira pela Polícia Judiciária, vão ser interrogados no Tribunal Central de Instrução Criminal pelo juiz Carlos Alexandre. Vão passar a noite numa cela da PJ.
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De acordo com informações recolhidas pelo JN, o centro da investigação prende-se com eventuais burlas para obter quatro empréstimos junto da Caixa Geral de Depósitos (CGD) de 440 milhões de euros, que não foram pagos e sucessivamente renegociados.
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O juiz Carlos Alexandre deverá querer saber como o dinheiro dos empréstimos foi gasto e por que motivos as dívidas nunca foram pagas. Até amanhã, Joe Berardo, que será interrogado esta quarta-feira, e André Luiz Gomes vão ficar numa cela da PJ em Lisboa.
Os empréstimos foram concedidos entre 2006 e 2009 e Joe Berardo e o advogado são suspeitos de terem montado uma estrutura que permitiu ocultar o património dos credores. O grupo do empresário madeirense deve atualmente cerca de mil milhões de euros à CGD, Novo Banco e Millennium BCP. Estes bancos já intentaram várias ações para recuperar o dinheiro em dívida.
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Segundo um comunicado da PJ, "a investigação iniciada em 2016, identificou procedimentos internos em processos de concessão, reestruturação, acompanhamento e recuperação de crédito, contrários às boas práticas bancárias e que podem configurar a prática de crime" e adianta que o grupo económico de Joe Berardo "tem incumprido com os contratos e recorrido aos mecanismos de renegociação e reestruturação de dívida para não a amortizar".
Em causa estão crimes de administração danosa, burla qualificada, fraude fiscal qualificada, branqueamento e, eventualmente, crimes cometidos no exercício de funções públicas.
A investigação é do Departamento Central de Investigação e Ação Penal e da Unidade Nacional de Combate à Corrupção.