Vítor Murta e SAD foram acusados de emitir faturas falsas para empresário da área dos eventos que trabalhava para Liga e Federação de Futebol.
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A Boavista SAD e o ex-presidente Vítor Murta vão ser julgados por crimes de fraude fiscal e falsificação de documentos, num processo que tem como principal arguido Paulo Santos Silva, um empresário que organizava inúmeros eventos para a Liga e para a Federação Portuguesa de Futebol. Em causa está um alegado esquema de circulação de faturas falsas envolvendo 17 pessoas e 15 empresas. A acusação, validada esta semana pelo Tribunal de Instrução Criminal do Porto, garante que os cofres do Estado foram lesados em 1,7 milhões de euros.
De acordo com o Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) Regional do Porto, no centro do esquema está a empresa Fun Addict, do empresário Paulo Santos Silva. Este terá montado um esquema para ocultar rendimentos milionários. Entre 2015 e 2018, a sua firma de organização de eventos, que tinha como principais clientes a Liga e a Federação de Futebol, além da Fédération Internationale de Volleiball, faturou cerca de 13,4 milhões de euros. Mas, segundo a investigação conjunta da Polícia Judiciária e da Direção de Finanças do Porto, obteve, naqueles quatro anos, rendimentos de cerca de 800 mil euros, limitando-se a declarar, em sede de IRS, 14 mil euros anuais brutos de rendimentos dependentes.