O ex-bombeiro que foi detido pela PJ por suspeitas de ter ajudado um cúmplice, desempregado, a cometer dez assaltos à mão armada no Porto foi libertado pelo Tribunal de Instrução Criminal, esta sexta-feira, mas está obrigado a apresentar-se na esquadra todas as semanas. O amigo ficou em prisão preventiva.
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Um deixou de ser bombeiro há três meses e é motorista TVDE e o outro está desempregado. Desde dezembro do ano passado lançaram o pânico no Porto e Gondomar onde fizeram pelo menos dez assaltos a supermercados Minipreço e Meu Super e papelarias, com uma arma falsa e um carro TVDE para a fuga. Foram detidos pela Polícia Judiciária (PJ) do Porto.
A dupla, com 38 e 46 anos, tinha um método de atuação sempre semelhante. Chegavam aos locais no veículo descaracterizado de transporte de passageiros do ex-bombeiro dos voluntários de Valbom, em Gondomar. O carro ficava estacionado nas imediações dos alvos a assaltar e, enquanto o motorista ficava no interior do veículo, o desempregado atacava o supermercado ou a papelaria escolhidos.
Com um capuz e uma máscara cirúrgica a tapar-lhe o rosto, o homem entrava na loja e simulava ser um cliente normal. Na zona das bebidas escolhia um refrigerante e dirigia-se para a caixa registadora. Ao funcionário, dava uma moeda para pagar o artigo e quando a vítima abria a caixa, sacava a réplica de pistola e ameaçava-a. Roubava umas centenas de euros e fugia. Corria até ao carro do cúmplice e ambos desapareciam para depois dividirem o dinheiro.
O último assalto foi cometido na passada quarta-feira, no Meu Super da rua Santos Pousada, no Porto, onde iam aplicar o método. A dupla só não contava com a presença dos inspetores que já estavam a vigiar as suas movimentações. Acabaram detidos em flagrante nas imediações do local do roubo.
Para já, a investigação da PJ do Porto reuniu provas para imputar dez assaltos aos dois homens, mas tudo indica que tenha havido mais roubos e tentativas.
Na tarde desta sexta-feira, o Tribunal de Instrução Criminal do Porto decidiu colocar o desempregado em prisão preventiva e libertar o ex-bombeiro, que ficou obrigado a apresentações periódicas como medida de coação. Segundo apurámos, este suspeito que estava no quadro de reserva da corporação de Valbom foi exonerado em janeiro.