Bombeiros do Montijo e pavilhão no Samouco acolhem mariscadores identificados pela Polícia
Os 243 mariscadores identificados na operação de combate ao tráfico de seres humanos pela Polícia Marítima vão ser alojados temporariamente nos bombeiros do Montijo e num pavilhão desportivo no Samouco.
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No Montijo, o espaço trata-se de um pavilhão polidesportivo adjacente ao quartel dos bombeiros, vai estar apetrechado de camas e com condições sanitárias adequadas à estadia temporária de 80 pessoas.
No Samouco, a autarquia vai providenciar o mesmo tipo de alojamento no Pavilhão Desportivo do Samouco para 160 migrantes.
De acordo com Nuno Canta, presidente da autarquia do Montijo, a solução é temporária e o pavilhão vai servir de centro de triagem para estes migrantes. "A Segurança Social vai agora tratar dos processos definitivos de realojamento e pode ser que algumas destas pessoas fiquem no espaço mais que dois dias, mas não é previsível que fiquem muito mais". Nuno Canta congratula a Polícia Marítima pela operação desta quarta feira e relembra que o problema principal é a apanha ilegal da amêijoa.
"Todos os que passam na Ponte Vasco da Gama veem a atividade ilegal que acontece no Estuário do Tejo junto ao Samouco e que leva a que surjam outras atividades criminosas como as que estiveram na origem da operação de hoje", afirma Nuno Canta, referindo-se à exploração de mão de obra ilegal e tráfico de seres humanos para a apanha da amêijoa.
A opinião é partilhada por Fernando Pinto, presidente da Câmara Municipal de Alcochete, que admite que as condições de alojamento dos migrantes é temporária no pavilhão disponibilizado pela autarquia. "Há 1500 mariscadores no Tejo a praticar uma atividade ilegal que podia ter sido erradicada há 12 anos se tivesse existido vontade política para tal".
O autarca recebeu informação da Segurança Social que a estadia dos migrantes será temporária. "Temos condições para os acolher entre oito a dez dias e esperamos que a Segurança Social trate das suas situações de alojamento definitivo", adianta.