Saída do tenente-general já foi oficializada em Diário da República. Abandono acontece a poucos meses da extinção oficial do SEF e numa altura em que milhares de refugiados ucranianos entram em Portugal.
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O tenente-general Botelho Miguel já não é o diretor do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF). A cessão de funções foi formalizada esta terça-feira, com a publicação em Diário da República do despacho da saída do antigo comandante-geral da GNR. A saída de Botelho Miguel acontece a pedido do próprio e numa altura em que faltam poucos meses para a extinção oficial do SEF.
O despacho ainda assinado por Francisca Van Dunem, como ministra da Administração Interna, refere que o tenente-general Botelho Miguel cessa funções, "a seu pedido, como diretor nacional do SEF". O documento lembra que o militar foi nomeado para esta comissão de serviço em 18 de dezembro de 2020, logo após a demissão de Cristina Gatões, provocada pelo homicídio de um cidadão ucraniano por inspetores do SEF.
Na ocasião, o anterior Governo já tinha aprovado a extinção do SEF e o próprio Ministério da Administração Interna, então liderado por Eduardo Cabrita, referiu que Botelho Miguel tinha sido nomeado para "dirigir o processo de reestruturação deste serviço e assegurar a separação orgânica entre as suas funções policiais e as funções administrativas de autorização e documentação de imigrantes".Um ano e três meses depois, e quando milhares de refugiados ucranianos estão a chegar a Portugal, o militar abandona o cargo a seu pedido.
Recorde-se que a extinção do SEF estava prevista para 11 de janeiro deste ano, mas um projeto de lei do PS aprovado no Parlamento adiou por mais seis meses este processo devido à pandemia de covid-19.