A falta de provas no caso do ataque a Alcochete ilibou o ex-presidente do Sporting de autoria moral das agressões aos futebolistas do Sporting. Mas o nome de Bruno de Carvalho vai, para já, continuar na lista de terroristas do FBI.
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O nome de Bruno de Carvalho consta numa lista do FBI desde que foi acusado dos crimes agravados pelo terrorismo, não podendo assim entrar nos Estados Unidos da América. "Se o Estado Português tivesse vergonha, pedia já hoje para tirar o nome de Bruno de Carvalho da lista de terroristas do FBI", diz ao JN o advogado Miguel Fonseca.
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Os nomes dos 44 arguidos foram introduzidos na lista do FBI, na sequência da comunicação entre as autoridades policiais portuguesas com as europeias que, por sua vez, informaram as autoridades internacionais, entre as quais o FBI. O nome de Bruno deve ser retirado desta lista após nova comunicação entre as polícias, mas tal só deve acontecer quando o acórdão transitar em julgado. Ou seja, após eventuais recursos para o Tribunal da Relação e a decisão se tornar definitiva.
"Nada se provou contra estes arguidos"
Os juízes do Tribunal de Almada consideraram, na quinta-feira, que não houve autoria moral no ataque à Academia de Alcochete, afastando assim Bruno de Carvalho, Bruno Jacinto e Nuno Mendes, conhecido por Mustafá, da participação no ataque. "Nada se provou contra estes arguidos", disse Sílvia Pires, presidente do coletivo de juízes.
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O ataque foi assim motivado pela derrota do Sporting na Madeira, que afastou o clube da Liga dos Campeões e pela reação de jogadores aos apupos da claque, no estádio e depois no aeroporto.
Sílvia Pires considerou que não houve qualquer ordem do ataque na casinha da Juve Leo, quando Bruno de Carvalho disse "façam o quiserem". Os juízes consideram que o ex-presidente acrescentou à frase: "mas depois digam-me". Nem tão pouco o clima de animosidade contra os jogadores, através das publicações nas redes sociais, esteve na base do ataque, como acreditava o Ministério Público.