Três das seis pessoas acusadas de burlas e roubos a idosos foram condenadas, na tarde desta quinta-feira, pelo Tribunal da Feira, a penas de 2, 11 e 15 anos de prisão. Os outros três arguidos foram absolvidos e saíram em liberdade.
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Três homens e três mulheres eram acusados de associação criminosa, roubo e burla qualificados, detenção de arma proibida, recetação e branqueamento de capitais, por inúmeros esquemas fraudulentos dirigidos a idosos em Santa Maria da Feira e noutros concelhos, sobretudo no Norte e no Centro do país, em 2023.
Segundo a acusação, os arguidos operavam, desde 2022, a partir da Marinha Grande. Contactavam idosos especialmente vulneráveis, apresentando-se como representantes de instituições públicas, técnicos da Segurança Social, polícias ou médicos.
Entre os esquemas utilizados, destacava-se a alegação de que certas notas iriam sair de circulação, o que levava as vítimas a entregar dinheiro ou ouro aos burlões.
Na leitura do acórdão, o presidente do coletivo de juízes que julgou o caso disse que não se provou a associação criminosa nem o branqueamento de capitais.
Três absolvidos
A pena mais pesada, de 15 anos de prisão, em cúmulo jurídico, foi aplicada a um arguido que cometeu crimes de roubo qualificado, burla qualificada na forma tentada e detenção de arma proibida. Outro arguido foi condenado a 11 anos de prisão pelos mesmos tipos de crimes, com exceção do de detenção de arma proibida.
Já a mulher foi condenada a uma pena de dois anos de prisão, suspensa na sua execução, pelo crime de recetação.
Um dos arguidos terá ainda de pagar uma indemnização de 600 euros a uma das vítimas.
Os restantes arguidos, incluindo um dos homens que se encontrava em prisão preventiva, foram absolvidos, por falta de provas.
Bens recuperados
O julgamento resultou de uma investigação do Núcleo de Investigação Criminal (NIC) da GNR da Feira, com base nas várias queixas de burlas a idosos.
Aquando de detenção dos arguidos, a GNR apreendeu 27 anéis; 14 telemóveis; nove pares de brincos; nove fios; sete pulseiras; seis crucifixos/pendentes; quatro viaturas; quatro medalhas; duas televisões; dois relógios; um cordão; uma aliança; uma pistola; uma caixa de munições e 1800 euros em numerário.
Os bens em ouro usurpados aos idosos e apreendidos pela GNR totalizam um valor superior a 61 mil euros.