O Tribunal de Matosinhos condenou 14 dos 24 arguidos, três deles a prisão efetiva, que foram julgados por 120 crimes de burla, furto qualificado, falsificação de documentos, recetação e branqueamento de capitais. O processo ficou conhecido como OLX2.
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O principal arguido, Jorge Pereira Ferreira, conhecido como “O do talho”, de Gualtar, Braga, foi condenado a quatro anos de prisão, mas suspensos por igual tempo, por crimes de recetação.
O coletivo de juízes condenou, no entanto, a prisão efetiva, o arguido José Garcia, a seis anos e oito meses, por burla qualificada e falsificação de documento. Sentenciou, ainda, uma mulher, Sarai Garcia, a dois anos e oito meses, efetivos, mas aos quais será perdoado um ano, devido à amnistia papal.
Um outro envolvido, João Araújo foi condenado a cinco anos e seis meses, mas beneficiou do mesmo perdão.
O Tribunal não conseguiu provar a maioria dos crimes de burla qualificada e de falsificação, o que fez com 11 outros arguidos ficassem com a pena suspensa – por recetação - e nove tenham sido ilibados.
De acordo com o Ministério Público, o esquema começava na procura de veículos à venda em páginas da Internet, como o OLX, que nada tinha a ver com as burlas. As vítimas que eram de Braga, Barcelos, Famalicão, Póvoa de Varzim, Porto e Gaia, seriam enganas com cheques sem cobertura ou outros esquemas e entregavam os carros aos arguidos. Só dias depois da transação é que as vítimas apercebiam-se da burla.
Os veículos seriam, depois, desmantelados, para comercialização de peças, em Portugal ou no estrangeiro, ou ainda para aplicar em veículos salvados. Os dados do motor, do chassis e das matrículas seriam falsificados.
A maioria dos arguidos é de Braga, embora alguns sejam da Póvoa de Varzim, Vila Nova de Gaia, Guimarães, Gondomar e Almeirim.