Um comerciante de Vila Nova de Gaia foi detido, esta terça-feira, pela Polícia Judiciária do Porto por crimes de destruição de vestígios, de recetação e de associação criminosa. O homem, de 54 anos, era um caçador de tesouro que fazia parte de uma rede de saqueadores de castros romanos.
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"A detenção ocorreu no desenvolvimento de investigação e no seguimento de diligências de buscas realizadas recentemente na zona de Chaves, no âmbito das quais foram constituídos arguidos dois intervenientes, apreendidos centenas de artefactos arqueológicos do período da ocupação Romana, bem como inúmeras ferramentas e instrumentação necessária à pesquisa arqueológica", explica a PJ em comunicado.
Para já a investigação deteve o comerciante que tem uma loja de antiguidades no centro de Gaia e também constituiu como arguido outro caçador de tesouro da zona de Chaves, onde também foram realizadas buscas.
Os indivíduos utilizavam detetores de metais para procurar e furtar objetos da antiguidade e vendê-los no mercado paralelo, em lojas e na Internet. De acordo com informações recolhidas pelo JN, as buscas permitiram recuperar sestércios, moedas e outros objetos classificados. Algumas das moedas poderão atingir os 20 mil euros, mas a avaliação ainda não foi efetuada.
"A atividade criminosa do grupo consistia na pesquisa e recolha de artefactos arqueológicos de importante valor histórico, à margem da Lei, atividade sem o devido licenciamento e o acompanhamento científico obrigatório, em zonas arqueológicas da região de Trás-os-Montes, com especial enfoque nas zonas limítrofes da cidade de Chaves", precisa ainda a PJ.
O detido foi levado esta quarta-feira ao Tribunal de Instrução Criminal do Porto, que determinou a proibição de contacto com o outro arguido e de se deslocar a Chaves.