Dois homens são suspeitos de, ao longo do último ano, terem cometido, pelo menos, 19 assaltos a farmácias, restaurantes e cafés, na Grande Lisboa. No início, arrombavam as portas dos espaços comerciais com um carro, mas, ao longo do tempo, foram ficando mais violentos.
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Num dos furtos, arrastaram durante vários metros, com a viatura, a vítima e noutro abalroaram o automóvel da PSP. Foram, agora, detidos pela Polícia, mas, apesar do longo cadastro, libertados pelo juiz.
Os suspeitos têm 37 e 40 anos e, diz a PSP de Lisboa, “contam já com significativo registo criminal”. Em junho do ano passado, voltaram à vida criminosa através da realização de furtos a farmácias e a espaços de restauração e bebidas. Os primeiros furtos foram efetuados no concelho de Sintra, sempre durante a madrugada e com recurso a automóveis para arrombar as grades de proteção e as portas.
A PSP conta que, “durante a investigação, nomeadamente através dos sistemas de videovigilância, apurou-se que os suspeitos utilizavam várias viaturas, de diferentes marcas e modelos, consoante o tipo e tamanho dos artigos previamente selecionados para serem furtados”. E acrescenta que a dupla chegou a recorrer “a mais que uma viatura furtada na mesma noite”.
Cada vez mais violentos e mais ousados
Com o passar do tempo, os ladrões foram ficando mais violentos e mais ousados. Alargaram a sua área de atuação aos concelhos de Cascais, Oeiras, Amadora, Lisboa e Seixal e atacaram vários estabelecimentos que ainda estavam de portas abertas. “Roubavam proprietários e funcionários, subtraindo de seguida caixas registadoras”, explica a PSP.
Num dos casos, um homem que tentou travar o assalto foi arrastado, vários metros, pela viatura dos assaltantes. E, no último dos furtos, a dupla abalroou o carro da PSP que respondeu ao roubo em curso. “Dirigiram a alta velocidade a viatura utlizada, abalroando uma viatura policial e colocando em sério risco a integridade física e a vida dos polícias envolvidos na ação de travar a continuação da atividade criminosa do grupo”, descreve a PSP.
Esconderam-se para evitar detenção
Depois deste episódio, e com receio de serem apanhados, os dois assaltantes mantiveram-se escondidos durante alguns dias. Um deles fugiu, inclusive, para Portimão. Mesmo assim, foram identificados, localizados e detidos pela PSP, no final do mês passado, no âmbito de quatro buscas realizadas com o “auxílio da Unidade Especial de Polícia”.
Foram, posteriormente, “conduzidos ao Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa Oeste, Núcleo de Sintra para serem sujeitos a primeiro interrogatório judicial”. No final, salienta a PSP, foi-lhes “aplicada a medida de coação de apresentações semanais”.