Os cerca de 50 reclusos da cadeia de Chaves estiveram vigiados, na madrugada do último sábado, por apenas três guardas prisionais. Devido à falta de recursos humanos, o transporte urgente de um preso ao hospital teve de ser assegurado pela PSP.
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A Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP) garante que a segurança da cadeia de Chaves nunca esteve em causa, mas, para o Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional (SCNGP), a situação prova que faltam guardas nas prisões.
Foi pelas 2 horas que um dos cerca de 50 reclusos, adoentado, teve necessidade de receber assistência hospitalar. A saída da cadeia do preso devia ter sido, como estipulam as regras, acompanhada por dois guardas prisionais, mas naquele dia apenas três guardavam as instalações presidiárias de Chaves.
Neste cenário, e para não deixar apenas um guarda no estabelecimento prisional, foi pedido auxílio à PSP. E foram os polícias que, com um guarda prisional, transportaram o recluso à unidade de saúde e, já pelas 4 horas, o devolveram à cela.
Ao JN, a DGRSP confirma que "uma diligência de emergência a uma unidade hospitalar, efetuada durante a noite, foi feita em articulação e cooperação com a PSP, ato que se integra na cooperação que existe entre forças de segurança". "Privilegiou-se, assim, a salvaguarda da prestação de cuidados de saúde, acautelando a segurança que a urgência da situação impunha", acrescenta.
A DGRSP não confirma que estavam apenas três guardas de serviço na prisão de Chaves, justificando que não partilha "pormenores respeitantes à segurança de instalações e de pessoas". Garante, contudo, que "o número de guardas prisionais escalados para os turnos da noite se adequa ao número de reclusos existente em cada estabelecimento prisional e ao facto de estes estarem fechados nas respetivas celas".
"A segurança do/no Estabelecimento Prisional de Chaves, assim como dos/nos demais estabelecimentos prisionais, constitui uma das prioridades desta Direção-Geral e não está, nem nunca esteve, em causa", assevera ainda.
Carência vai agravar-se
"Esta situação só vem deixar mais a nu a falta de elementos que o sindicato tem vindo a denunciar", critica o SCNGP. Segundo o líder sindical Carlos Sousa, "faltam cerca de mil elementos", mas a carência "vai-se agravar nos próximos anos, quando um largo número atingir a idade da reforma" e não houver "uma entrada significativa de pessoal".
A cadeia de Chaves está classificada como tendo um nível de segurança alta e um grau de complexidade médio.