A Câmara Municipal de Cascais está a ser alvo de buscas esta manhã de quarta-feira. Ao que o JN apurou, estão em causa dois inquéritos autónomos. Um visa a candidatura de Miguel Pinto Luz, então vice-presidente da Autarquia, à liderança do PSD, em 2020. O outro estará relacionado com uma fábrica de máscaras cirúrgicas.
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A Autarquia é atualmente presidida pelo social-democrata Carlos Carreiras. Até ao início do ano, tinha como vice-presidente Miguel Pinto Luz, atual ministro das Infraestruturas e da Habitação.
O inquérito que visa a candidatura de Pinto Luz ao PSD terá tido origem numa queixa do vereador do PCP, Clemente Alves. Em janeiro de 2020, o autarca comunista solicitou ao Ministério Público que investigasse um contrato entre uma empresa municipal cascalense e a agência de comunicação que prestou serviços de assessoria a Pinto Luz durante a campanha interna do PSD.
Na altura, o vice-presidente desmentiu todas as alegações e garantiu que os pagamentos à agência de comunicação NextPower foram feitos por si.
Fonte da Autarquia adiantou à Lusa que as buscas estarão relacionadas com a criação da primeira fábrica de máscaras cirúrgicas no concelho no âmbito da pandemia de covid-19. A mesma fonte referiu não saber quais os motivos nem os visados nas buscas, mas garantiu que a autarquia está a colaborar com as autoridades.
A Câmara Municipal de Cascais, no distrito de Lisboa, lançou em junho de 2020 a produção própria de máscaras destinadas à população. A autarquia disponibilizou 400 dispensadores com máscaras pelo concelho e distribuiu gratuitamente aos utilizadores de transportes públicos, onde este equipamento era de uso obrigatório na sequência das medidas de prevenção da covid-19.