Candidato a bombeiro condenado a prisão efetiva por atear incêndio que depois ajudou a apagar

O fogo florestal foi considerado um dos mais graves do ano de 2024
Foto: Miguel Pereira da Silva / Arquivo Lusa
Um homem de 29 anos, cuja candidatura foi rejeitada pelos Bombeiros da Póvoa de Lanhoso, foi condenado a cinco anos e dez meses de prisão efetiva por atear um incêndio florestal na Póvoa de Lanhoso, que depois ajudou a apagar. O crime aconteceu no período com mais fogos de 2024, numa altura em que as temperaturas chegavam aos 40 graus.
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Emanuel Coelho, de 29 anos, natural de Braga e residente na freguesia de Verim, concelho da Póvoa de Lanhoso, já se encontrava em prisão preventiva, no Estabelecimento Prisional de Braga.
Num acórdão proferido esta terça-feira, a Instância Central Criminal de Guimarães provou que o homem de 29 anos foi o autor do incêndio florestal no Monte de São Mamede, em Frades, Póvoa de Lanhoso, tendo acedido ao terreno através "ângulos mortos" da torre de vigia.
Ao que apurou o JN, depois de ter ateado o fogo, Emanuel Coelho enviou uma mensagem à namorada a confessar o crime, acabando depois por detido pela GNR da Póvoa de Lanhoso.
Com o fogo posto, Emanuel Coelho provocou prejuízos estimados em cerca de 630 mil euros, conforme o JN noticiou na altura.
O incêndio foi ateado a 16 de setembro de 2024 e atingiu várias freguesias vizinhas do concelho da Póvoa de Lanhoso: Rendufinho, União de Freguesias de Verim, Ajude e Friande, Geraz do Minho, Monsul e São João de Rei.
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No acórdão, a que o JN teve acesso, destacou-se que "mesmo sabendo que havia várias pessoas no Parque de Merendas do Monte de São Mamede", o jovem colocou ainda uma segunda ignição, poucos minutos depois, a cerca de 300 metros do primeiro foco, com um isqueiro.
As chamas chegaram ainda a Águas Santas e a Moure, além de Parada de Bouro, no concelho de Vieira do Minho, consumindo três mil hectares de floresta, vinhas e quintais, colocando pessoas, animais e habitações em perigo.
O fogo florestal foi considerado um dos mais graves do ano de 2024, obrigando à evacuação de várias casas de família, do Centro Educativo de Monsul e do Lar de Idosos de Verim, freguesia onde residia o arguido.
O incêndio prolongou-se até ao dia seguinte, 17 de setembro de 2024, especialmente na Póvoa de Lanhoso, e aos bombeiros juntaram-se as populações que, com a ajuda de mangueiras e tratores acoplados com cisternas, ajudaram no combate às chamas.
