Capitão da GNR detido por tráfico de cocaína preso em cadeia militar e com processo disciplinar
O capitão da GNR detido a descarregar tonelada e meia de cocaína, num armazém de Fafe, vai aguardar o desenrolar do processo judicial no Estabelecimento Prisional Militar de Tomar, a única cadeia do país preparada para receber apenas militares. Entretanto, o oficial suspeito de liderar a célula portuguesa de uma organização internacional dedicada ao tráfico de droga foi alvo de um processo disciplinar por parte da GNR.
Corpo do artigo
Detido na terça-feira, R. P. foi interrogado, no dia seguinte, no Tribunal de Instrução Criminal do Porto. No final, o juiz decretou que ficasse em prisão preventiva e o capitão foi conduzido, por militares da própria GNR, a Tomar para ser encarcerado no Estabelecimento Prisional Militar de Tomar. É nesta cadeia, que apenas acolhe militares, que permanecerá até que a medida de coação seja revogada.
Além da investigação da Polícia Judiciária, o oficial vai enfrentar um inquérito interno. Questionado pelo JN, o Comando-Geral confirma que "já foi instaurado o processo disciplinar" ao oficial. Acrescenta que "o militar em causa se encontra de licença ilimitada, não exercendo funções na GNR", mas não esclarece quando é foi aprovada a referida licença.
PJ vigiou contentores
R. P. é sócio, juntamente com a esposa, de uma empresa que importava peles de animais frescas da América Latina e que, na terça-feira, recebeu três contentores carregados com 70 toneladas deste material.
O transporte dos contentores do porto de Leixões até Fafe foi vigiado pelos inspetores da PJ, que detiveram o oficial da GNR e um familiar que, num armazém, receberam as peles de animais, oriundas da República Dominicana, que escondiam cerca de uma tonelada e meia de cocaína.