Um carteiro do posto de distribuição dos CTT de Amarante apresentou queixa na GNR, por alegada tentativa de atropelamento por parte de um cliente, residente na freguesia de Telões. O motivo do incidente estará relacionado com a entrega tardia de correspondência. Na região do Baixo Tâmega, que compreende os concelhos de Amarante, Baião e Marco de Canaveses, há atrasos de três a quatro semanas.
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O carteiro conta que, há cerca de uma semana, foi perseguido pelo suspeito quando fazia a distribuição do correio de moto, no concelho de Amarante. "Parecia um filme de Hollywood. Perseguiu-me, atravessou o carro à minha frente. Quando ele ia sair do carro para me atacar, meti a moto por caminhos travessos e fugi", conta o funcionário ao JN, que entretanto meteu baixa por motivos psicológicos.
O cliente dos CTT, apurou o JN, pretendia receber o vale de pagamento do Rendimento Mínimo de Inserção (RSI), cuja entrega estaria atrasada.
Na véspera daquele episódio, o mesmo cliente, que o JN não conseguiu contactar, já tinha provocado alvoroço no Posto dos Correios de Amarante, "ao dizer que não deixava sair ninguém das instalações se não lhe fosse entregue a correspondência em atraso", informou o presidente do Sindicato Independente dos Correios, Telecomunicações, Transportes e Expresso de Portugal (SICTEX), Samuel Vieira. A situação só "foi normalizada depois de chamadas as autoridades", explica, acrescentando que "o carteiro em questão saiu do posto com escolta policial".
Giros com pouco pessoal
Os atrasos na entrega de correio na região são frequentes. "A culpa é da empresa, que fez uma reorganização do serviço em que aumentou os giros para cada carteiro, com padrões de entrega do correio de três em três dias, em vez da entrega diária", aponta o presidente do SICTEX.
Samuel Vieira explica que, "com o aumento dos giros e a falta de pessoal, os atrasos na entrega do correio chegam às três e algumas vezes às quatro semanas". No caso do Posto de Distribuição dos CTT de Amarante, o quadro de 19 carteiros está reduzido a 14 funcionários. Um dos carteiros foi despedido e não foi substituído, dois estão de baixa e outros dois de férias.
O JN tentou obter respostas da administração dos CTT, empresa que foi privatizada em 2013, mas não as obteve.