Sidney Martins e Nélida Guerreiro, o casal detido por assaltos violentos em Espanha e que é suspeito de ter assassinado a família de Donai, em Bragança, além de atacar várias bombas de gasolina no Algarve e em Espanha, já está no Tribunal de Audiência Nacional em Madrid para ser ouvido por um juiz.
Corpo do artigo
De acordo com informações recolhidas pelo JN, o casal é alvo de um mandado de detenção europeu emitido pelas autoridades portuguesas, pela autoria de assaltos violentos no Algarve. Sidney e Nélida foram detidos no McDonald's de Zamora, em Espanha e ficaram à guarda da Polícia Nacional que esta terça-feira, os conduziu para o tribunal central de Madrid.
A Audiência Nacional da capital é um tribunal central que tem competência para tratar da extradição de detidos, mas também de casos complexos que envolvam várias comarcas espanholas. O juiz deve assim decidir se o casal fica em Espanha ou é extraditado para Portugal.
Além de ser suspeito de pelo menos nove assaltos no Algarve e em Espanha, o casal é também apontado pela Polícia Judiciária de Vila Real como sendo o autor do triplo homicídio da família de Donai, em Bragança, a 9 e 19 de julho.
Sidney e Nélida eram amigos de Carlos Pires, o filho do casal assassinado, que conheceram em ambientes ligados à toxicodependência, e terão aproveitado essa amizade para planear um roubo que acabou em triplo homicídio.
O casal vivia há vários anos na zona de São Brás de Alportel (Algarve), onde chegou a ser acusado de homicídio pela morte de Vítor Horta, de 70 anos, em setembro de 2018. Foram absolvidos pelo Tribunal de Faro e rumaram a norte para a zona de Bragança, onde Nélida terá começado a prostituir-se. Ambos toxicodependentes, conheceram Carlos Pires.
A 9 de julho, aproveitando uma ausência de Nélida e Carlos, Sidney terá assaltado a casa dos pais de Carlos. Acabou por matar a mãe, Olga, à facada e à pancada. O pai foi atacado por trás, mas escapou com vida e foi levado para o hospital. Logo na altura, o homem desconfiou de que o filho ou alguém das suas relações pudessem estar na origem do crime. Sidney fugiu com alguns bens.
Passados 11 dias, o casal voltou à casa de Donai. Sabiam que Carlos tinha adquirido droga e que o pai poderia ter dinheiro. Nélida terá seduzido Carlos e ficou com ele naquela noite. De madrugada, deixou a porta aberta para que o namorado entrasse.
Com uma faca assassinaram Carlos e o pai, que terá vindo em seu socorro. Depois, tentaram incendiar a casa, sem sucesso. O fumo acabaria por chamar a atenção dos vizinhos, que alertaram os bombeiros. Deu-se a macabra descoberta.
Na altura, a Polícia Judiciária de Vila Real admitia ter uma investigação complexa pela frente e não descartava qualquer cenário, incluindo o da intervenção de terceiros. As diligências permitiram reunir prova da envolvência do casal no triplo homicídio.