Há cerca de cinco anos que um casal de empresários de Lisboa vendia “pacotes para imigração ilegal” a cidadãos indostânicos. Ao estilo tudo incluído, propunham atestados de residências e contratos de trabalho forjados por 3500 euros. Mas a PJ deteve a dupla, colocada em prisão preventiva.
Corpo do artigo
De acordo com informações recolhidas pelo JN, esta investigação nasceu do processo que levou recentemente a julgamento 30 arguidos, acusado de terem fornecidos cerca de sete mil moradas a imigrantes ilegais, através de falsos atestados de residências. O caso foi denunciado pela Junta de Freguesia da Penha de França, em Lisboa.
A dupla, de 48 e 56 anos, angariavam clientes da Índia, Paquistão e Bangladesh essencialmente através das redes sociais e de contactos pessoais. Nos países de origens, os imigrantes comunicavam com a dupla a quem perguntavam as condições para poder garantir uma legalização em território português. Terão lucrado pelo menos 200 mil euros.
“Os suspeitos, cuja atividade criminosa remonta ao início de 2020, delinearam e concretizaram um plano criminoso com vista a promover a regularização fraudulenta de imigrantes, predominantemente de origem indostânica, através de contratos de trabalho forjados, atestados de residência falsos e demais documentação falsa, visando a instrução dos processos de legalização em território nacional” explica a Unidade Nacional Contraterrorismo da PJ, que, nas buscas, apreendeu “vasto acervo de documentação falsa”.
Após obterem o “pacote de legalização”, por 3500 euros, os emigrantes viajavam para Portugal, onde, com a documentação falsa, davam entrada do processo na AIMA. Alguns ficavam em Portugal para encontrar trabalho e outros procuravam outros países europeus, onde os salários são mais atrativos.