Motores, caixas de velocidades e radiadores estavam a ser comercializados em sites. Donos de sucatas e de oficinas não tinham licença e arriscam pesadas multas
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Cinco sucatas e oficinas de mecânica foram apanhadas pela Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) a vender ilegalmente peças automóveis através de plataformas online. Os motores, caixas de velocidade ou radiadores eram anunciados nos sites como sendo usados, mas sem a obrigatória informação sobre a origem das peças.
Esta infração poderá resultar em coimas de milhares de euros para quem estava a comercializar as peças sem dispor da licença do Instituto de Mobilidade e Transportes (IMT) e da Agência Portuguesa do Ambiente (APA). A ASAE está também a investigar a possibilidade de os carros desmantelados terem sido furtados.
A operação levada a cabo pela ASAE, nas últimas semanas, começou com o trabalho da Unidade Nacional de Informações e Investigação Criminal, explicou o inspetor-geral, Pedro Portugal Gaspar, que se dedica ao "varrimento de anúncios em plataformas online". "Temos insistido na estratégia da fiscalização da oferta online", referiu o responsável, ao JN.
Licenças obrigatórias
Recolhida a informação, os inspetores da ASAE fiscalizaram cinco sucatas e oficinas de mecânica, situadas em Setúbal, Cascais, Mafra, Santarém e Leiria, e apreenderam 680 peças usadas. Os 26 motores de automóveis, as 11 caixas de velocidades, os 300 quadrantes e ainda airbags e radiadores, avaliados em mais de 40 mil euros, estavam à venda em sites de comercialização de bens e produtos.
Porém, não estavam acompanhados da informação sobre a sua proveniência, nem sobre a licença do operador económico. "Há a suspeita de que a venda online das peças não estava a ser feita na sequência do desmantelamento legal de viaturas", afirma Pedro Portugal Gaspar. Em investigação está, ainda, a possibilidade de os carros desmantelados terem sido furtados.
A ASAE alerta que o desmantelamento de carros em fim de vida e consequente venda de peças usadas só pode ser efetuado por empresas licenciadas pelo IMT e, devido a questões ambientais relacionadas com os resíduos, pela APA. Em caso de incumprimento, o infrator arrisca multas no valor de milhares de euros.