Rui Diniz, CEO da CUF, e Guilherme Magalhães, vogal executivo da CUF, foram constituídos arguidos num inquérito judicial relacionado com a construção do Hospital CUF Tejo, na qualidade de administradores da Imo Health, empresa imobiliária do Grupo José de Mello Saúde, detentor dos hospitais CUF. A informação foi confirmada pela CUF ao JN.
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"A CUF tem conhecimento da existência de um processo associado ao projeto do Hospital CUF Tejo e informa que, no âmbito deste, também a sua empresa Imo Health, Investimentos Imobiliários foi constituída arguida, bem como Rui Diniz e Guilherme Magalhães, pela sua qualidade de administradores da Imo Health", esclarece.
O grupo privado diz que na origem da queixa "estarão em causa aspetos técnicos do projeto", mas lembra que este processo "se encontra ainda em segredo de justiça, estando em fase de inquérito, não tendo sido deduzida qualquer acusação".
A CUF assegura que "está absolutamente convicta que o projeto do novo Hospital CUF Tejo foi desenvolvido de acordo com todos os trâmites legais previstos, tendo este sido objeto de amplo escrutínio e de aprovação em várias instâncias pelas entidades competentes". Acrescenta que "está, como sempre esteve, totalmente disponível para, em colaboração com as autoridades competentes, fazer todos os esclarecimentos necessários, plenamente convicta de que todos os factos serão rigorosamente clarificados".
O JN sabe que o arquiteto Frederico Valsassina, que desenhou o Hospital CUF Tejo, também foi constituído arguido. Ao JN disse apenas que "não tem declarações a fazer".
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Manuel Salgado foi constituído arguido no mesmo inquérito judicial e pediu, na quinta-feira, a demissão da liderança da Sociedade de Reabilitação Urbana Lisboa Ocidental (SRU), a que presidia desde 2018. Em declarações ao JN, Salgado disse que "não sabe se há motivações políticas", mas, lembrou, "estamos num ano de eleições autárquicas e não é por acaso que este processo se desenvolveu agora".
O projeto do Hospital CUF Tejo, que começou a ser apreciado em 2013 nos serviços do Urbanismo da Câmara de Lisboa, gerou controvérsia desde cedo por causa da volumetria, numa zona com vista para o rio Tejo. As obras arrancaram no verão de 2016 e a unidade hospitalar foi inaugurada no final do ano passado.
A queixa, apurou o JN, apresentada por uma procuradora da República, que levou Manuel Salgado a ser constituído arguido, só foi feita, porém, há cerca de um ano. Em causa estão os potenciais crimes de prevaricação, punível com pena de prisão até cinco anos, e o de violação de norma urbanística, punível com uma pena de prisão até três anos ou multa.