O empresário César Boaventura foi esta sexta-feira condenado a três anos de prisão, com pena suspensa, por fraude fiscal e falsificação de documentos. O Tribunal do Porto considerou que não ficaram provados os crimes de burla agravada e branqueamento. O Ministério Público tinha pedido oito a dez anos de prisão.
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César Boaventura, empresário de futebol, foi hoje condenado no Porto a três anos de cadeia, no âmbito da Operação Malapata, relacionada com a transferência de jogadores e contas bancárias através das quais circulavam milhares de euros. O tribunal suspendeu a pena por igual período, considerando que o comportamento do arguido, embora errado, não foi "especialmente censurável". A suspensão da pena fica condicionada ao pagamento de 36 mil euros, valor equivalente aos benefícios que César Boaventura obteve.
César Boaventura estava acusado de cinco crimes de burla qualificada, três crimes agravados de falsificação de documentos, um de fraude fiscal e um de branqueamento. O tribunal considerou provados apenas dois crimes de falsificação de documentos e um crime de fraude fiscal, no valor de 36 mil euros.
Os outros quatro arguidos no processo (dois ex-funcionários de empresas de César Boaventura, um antigo sócio deste e um empresário) foram absolvidos.
À saída do Tribunal de S. João Novo, Boaventura, que esteve em prisão domiciliária durante dois anos, foi parco nas declarações: "A montanha pariu um rato", comentou.
Recorde-se que o Ministério Público (MP) tinha pedido uma pena entre oito e dez anos de prisão efetiva para o empresário e penas suspensas para os restantes arguidos. Para o MP, a acusação ficou provada "na totalidade", mas o coletivo de juízes não concordou.
Pena suspensa por aliciar jogadores
Em fevereiro do ano passado, César Boaventura foi condenado a três anos e quatro meses de prisão, por três crimes de corrupção ativa no futebol. O Tribunal de Matosinhos deu como provado que o empresário, na época de 2015/2016, tinha aliciado três jogadores do Rio Ave, para "facilitarem" no jogo contra o Benfica.