Ministério Público propôs suspensão provisória do processo em que o agente acusa o jogador brasileiro de difamação. Caso começou com a revelação de uma alegada tentativa de aliciamento.
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O Ministério Público queria, mediante um pedido de desculpa e o pagamento de uma indemnização por parte do jogador Lionn, suspender provisoriamente o processo em que César Boaventura acusa o atleta de ter mentido quando, em tribunal, garantiu que o agente de futebolistas o tentou aliciar antes de um jogo entre o Rio Ave e o Benfica, da época 2015/16. Mas Boaventura assegura que não desiste da queixa-crime por danos morais e comerciais, difamação e depoimento falso e insiste no julgamento do atleta brasileiro.
"Apresentei queixa e não desisto dela. Quero que [Lionn] seja julgado e condenado segundo as leis que regem a constituição. Está provado que tudo não passou de um esquema para me denegrir e para pôr em causa a instituição Benfica. Não há dinheiro que pague a dignidade e não são as indemnizações que me fazem feliz", referiu, ao JN, César Boaventura.
O caso começou quando, em março de 2019, Lionn foi ao Tribunal de Esposende revelar que César Boaventura o tinha tentado aliciar, assim como aos colegas Cássio e Marcelo, antes de um jogo entre o Rio Ave, clube que os jogadores representavam, e o Benfica, a contar para o campeonato 2015/16. Logo após o depoimento do brasileiro ter sido tornado público, César Boaventura anunciou uma queixa-crime por danos morais e comerciais, difamação e depoimento falso. Na ocasião, avançou que iria pedir uma indemnização de três milhões de euros e que o jogador fosse inibido de competir nos campeonatos portugueses.
A queixa foi, de facto formalizada, correu termos no Tribunal de Vila Real e, no início deste mês, o Ministério Público propôs a César Boaventura a suspensão provisória do processo por seis meses, desde que Lionn apresentasse um pedido de desculpas público, pagasse uma indemnização a César Boaventura e entregasse ao Estado 300 euros ou cumprisse 60 horas de trabalho comunitário. O empresário recusou a proposta e o processo avançará, agora, para julgamento.
Depoimento feito noutro processo
O depoimento de Lionn foi feito no âmbito de um outro processo, em que César Boaventura era acusado de difamação pelo guarda-redes Cássio. A acusação surgiu depois do empresário ter sugerido nas redes sociais que o, à data, jogador do Rio Ave, facilitou no duelo frente ao F. C. Porto, na época de 2016/17, que os vilacondenses perderam por 5-0.
Tudo terminou em abril de 2019, com um acordo que levou Cássio a desistir da queixa e com César Boaventura a reconhecer que "nunca pretendeu ofender" o ex-guarda-redes do Rio Ave. Também assumiu ter "a certeza" que Cássio "nunca aceitaria receber dinheiro para prejudicar a sua equipa".