O agente de futebol César Boaventura desmentiu, esta quinta-feira, a acusação do Ministério Público que lhe imputa dezenas de crimes de burla, fraude fiscal, falsificação de documentos e branqueamento de capitais, no processo conhecido por Operação Malapata.
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Depois de ser condenado pelo Tribunal de Matosinhos por ter tentado corromper três jogadores do Rio Ave, na época 2015/16, para que "facilitassem" em jogo contra o Benfica, o empresário foi ao Tribunal S. João Novo e arranjou explicações, e aparentemente, memória de e para tudo.
Em liberdade, depois de ter estado mais de um ano em prisão domiciliária, César Boaventura disse que nada fez de ilegal e que as contas estão todas bem. Acusado de crimes que terão causado prejuízo de mais de dois milhões de euros a terceiros, Boaventura nunca hesitou nas respostas, num julgamento que já dura há meses.
Nesta que deveria ser a última das sessões, Paulo Polo, antigo dirigente do Leixões e atual presidente da SAD do Estrela da Amadora, bem como outra testemunha arrolada pelo MP, voltaram a não comparecer.
Mas o MP não desiste e a sessão de julgamento não foi totalmente em vão, também, porque um contabilista igualmente arrolado pelo MP, que à data dos factos emprestou quase 300 mil euros a Boaventura, prestou depoimento por videoconferência. O que disse, em resumo, foi que, malgrado a fortuna emprestada, acreditou no arguido e continua a confiar.
O julgamento continua em junho, à espera de que as duas testemunhas que falta, sejam, finalmente, notificadas e, se caso for, obrigadas a depor.
Tribunal de S. João Novo pede ajuda ao Canadá
Os juízes decidiram pedir a colaboração das autoridades canadianas para localizar a testemunha luso-canadiana José Lima, que terá ligações ao arguido César Boaventura. Até ao momento, este não respondeu aos contactos para participar nas sessões através de videoconferência. O tribunal também insiste em ouvir Paulo Lopo, ex-presidente da SAD do Leixões e agora dirigente do Estrela da Amadora, pelo que este será notificado pessoalmente para o efeito.