O Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa pronunciou Clóvis Abreu pelo homicídio do agente da PSP Fábio Guerra, à porta da discoteca Mome, em Lisboa, em março de 2022.
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A juíza de Instrução Criminal salientou, esta quinta-feira, que o arguido agiu de forma concertada com os dois outros arguidos, Cláudio Coimbra e Vadym Hrinko, entretanto condenados a 20 e 17 anos de prisão.
Clóvis Abreu defendeu, esta quinta feira em tribunal, que nunca se aproximou do agente da PSP. "Nunca, em qualquer momento, pelo que me lembro e pelo que vejo nas imagens toquei no Fábio Guerra", disse o arguido à juíza de Instrução Criminal, numa fase do processo em que o seu advogado, Aníbal Pinto, tentou que Clóvis fosse despronunciado da acusação de homicídio qualificado de Fábio Guerra.
"Lamento imenso a morte do agente mas não tive qualquer interação com ele", começou por dizer Clóvis Abreu. O arguido apontou para as imagens das agressões que constam no processo para dizer que se encontrava sempre distanciado da vítima.
"Estou envolvido na confusão a agredir e ser agredido, ação e reação, mas não me lembro de quem eram as pessoas que me estavam a agredir". Instado a comentar as agressões a outros agentes da PSP, foi indicado pelo seu advogado a não comentar.
Aníbal Pinto considerou que o único ponto que o trouxe a esta fase do processo foi o homicídio de Fábio Guerra. "É mentira que tenha dado um pontapé na cabeça de Fábio Guerra e, felizmente, existem imagens".
A juíza considerou que não existem imagens da agressão, ao contrário de Aníbal Pinto, e que há três testemunhas que falam do pontapé. "O que se passou foi uma ação concertada com outros e indicia que os factos foram praticados em coautoria e assim deve ser indiciado pelo homicídio de Fábio Guerra", disse a juíza.