Comandante da GNR sentiu-se difamado após incêndio em canil mas perdeu processo
O ex-comandante do posto da GNR de Santo Tirso perdeu o processo de difamação que moveu contra um professor universitário, que o criticou por ter impedido que voluntários entrassem em dois abrigos de animais ilegais atingidos por um fogo, em julho de 2020.
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A decisão do Tribunal da Relação do Porto não foi consensual, com um dos juízes desembargadores a votar vencido. Na base do processo estava um comentário escrito pelo docente no Facebook, um dia após o incêndio. “Eles estavam aqui a proteger algo, talvez um envelope mensal? Uma possível comissão na hipotética venda de galgos? É difícil justificar este comportamento do comandante do Posto da GNR sem entrar por eventuais cumplicidades em algo ilícito, proteção de familiares, talvez amante de uma das loucas ou simplesmente demência temporária ou estupidez permanente. Mas tudo isto são hipóteses (sic)”, lia-se.
No acórdão, em que mantêm a decisão da primeira instância, as juízas Isabel Matos Namora e Maria Lopes dizem que não pretendem “aligeirar o alcance das expressões”, concretamente aquelas que atingem “a esfera da vida privada do assistente e a que indica que a atuação se justificaria com o recebimento de dinheiro”, mas defendem que “devem ser interpretadas no contexto específico em que foram feitas”.