Começou esta quarta-feira, no Tribunal de Viana do Castelo, o julgamento de "um sócio" do antigo diretor do Benfica, José Carriço, num caso de tráfico de estupefacientes, acusado de burlar uma namorada em cerca de 200 mil euros.
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José Manuel Aguilar Santos Seco, que cumpre pena por tráfico de droga no Estabelecimento Prisional do Vale do Sousa, foi ouvido por um coletivo de juízes no âmbito do caso que ficou conhecido como "Zé do Benfica".
Em tribunal, admitiu ter-se apropriado de dinheiro de Maria Manuela Meira, com quem manteve uma relação amorosa dentre 2012 e julho de 2015, altura em que foi preso. Apresentou-se como agricultor e declarou que as entradas de dinheiro numa conta pessoal em Espanha, provenientes da namorada, foram de iniciativa da própria e destinavam-se "a ajudá-lo nas suas dificuldades e a aplicar em Bolsa". Justificou o seu afastamento de Maria Manuela, após a alegada burla, com os "problemas com o álcool" desta.
Segundo a acusação, o arguido apresentava-se "como sendo negociante de peças preciosas e de metais raros, com centros de interesse em Portugal, Espanha e Inglaterra", e fazia "alarido dos seus negócios e dos lucros que os mesmos geravam". E propôs à queixosa, a quem prometia "um futuro a dois e uma vida marital", tratando-a como "mulher da minha vida", aplicar o seu dinheiro "em alguns dos negócios que aquele tinha em curso em Espanha e no Reino Unido". Até que "desconfiada, a ofendida procurou contactar as corretoras, tendo obtido informação que o arguido não era colaborador das mesmas".
O arguido é acusado da autoria material e na forma consumada de um crime de burla qualificada.
José Manuel Aguilar Santos Seco, de 58 anos, também conhecido por "homem lá de cima", por ser do Norte do país, foi "sócio" de "Zé do Benfica", 54 anos, juntamente com dois outros, arguidos (acusados pelo DIAP de Sintra) num caso de crime de tráfico de estupefacientes agravado.
O julgamento prossegue no próximo dia 1 de março.