O comerciante, de nacionalidade chinesa, que no ano passado alvejou a mulher na cabeça quando se encontravam na casa onde residiam em Bragança, disse esta segunda-feira de manhã na primeira sessão do julgamento, que o disparo aconteceu depois de ter apontado a arma à companheira, mas esta tocou acidentalmente na pistola e esta ativou-se e atingindo-a na nuca.
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O arguido, com 56 anos, senta-se no banco dos réus acusado de um crime de homicídio na forma tentada, violência doméstica e posse de arma proibida. Optando por prestar declarações na primeira sessão, escusou-se a dar explicações sobre o crime de violência doméstica falando apenas nos outros dois. Durante o julgamento, uma tradutora traduziu as perguntas do juiz e as respostas do arguido, já que o homem tem dificuldades em falar português.
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O Ministério Público considera que no dia 9 de abril de 2019, às 21 horas, quando o casal estava a jantar em casa, iniciou uma discussão relacionada com questões monetárias. Cerca de uma hora depois, quando ambos se encontravam em pé, junto à mesa, o comerciante efetuou um disparo, atingindo a mulher na nuca com a arma quase encostada à cabeça", ferindo-a, o que obrigou a um internamento hospitalar de 10 dias.
O comerciante disse ao coletivo de juízes que havia adquirido a pistola de alarme adaptada uns tempos antes com o objetivo de proteger a casa de possíveis assaltos. Além disso, clarificou que no dia em que alvejou a mulher, com 54 anos, tinham começado a discutir porque pretendia que esta lhe desse a parte dele do dinheiro e que a certa altura foi buscar a pistola que estava dentro de uma gaveta e pouso-a sobre a mesa, onde comiam.
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Como a mulher se recusou a dar-lhe o dinheiro, porque temia que se destinasse ao jogo, numa altura em que estavam de pé encostados à mesa, apontou-lhe a arma, mas ela tocou-lhe no braço e houve um disparo que a atingiu na nuca.
Ainda segundo o depoimento do arguido, o casal, radicado em Bragança há mais de 15 anos onde são proprietários de lojas, jogava e nunca tinha havido problema entre os dois. O homem está preso preventivamente desde a altura dos factos.